Ao contrário do que os democratas podem pensar, há mais no programa de energia de John McCain do que "perfure, baby, perfure". E ao contrário do que McCain tem dito durante sua campanha, a qual propõe a construção de 45 usinas nucleares até 2030, Barack Obama não se "opõe ao uso de energia nuclear". Ambos os candidatos apoiam a energia nuclear, apesar de em níveis diferentes, como parte de sua estratégia para livrar os Estados Unidos de sua dependência da energia estrangeira.
Enquanto McCain inclui a construção de reatores nucleares entre suas opções preferidas para obtenção de mais energia, Obama prioriza o desenvolvimento de fontes de energia renováveis como a solar, a eólica e os biocombustíveis e o aumento da eficiência de fontes existentes.
"Eu acho que a energia nuclear deve estar presente no fornecimento de energia", disse Obama em junho na cidade de Jacksonville, Flórida, mas acrescentou, "Eu não acho que seja nossa melhor fonte de energia, porque ainda não descobrimos como nos livrar de seus resíduos de forma eficiente".
McCain afirmou no website de sua campanha que "a energia nuclear é comprovadamente uma que não resulta em emissões e já está na hora de voltarmos a nos comprometer" a expandir o seu uso.
Distorções
Elgie Holstein, conselheira de Obama para assuntos de energia, acusou a campanha de McCain de distorcer a posição de Obama em relação à energia nuclear. "Algumas propostas específicas feitas pelo senador McCain são alarmantes", disse Holstein, por causa dos problemas de eliminação dos resíduos e da questão da não proliferação do combustível nuclear.
McCain reafirmou seu apoio à energia nuclear nos dois primeiros debates presidenciais e criticou Obama. Tucker Bounds, porta-voz da campanha de McCain, não respondeu a pedidos de entrevistas com os conselheiros para assuntos de energia do candidato para que o assunto pudesse ser explorado feitos no período de um mês . Em discursos, McCain também estima que seu programa de construção de reatores nucleares iriam "gerar 700 mil empregos a trabalhadores americanos".
Patrick Moore, fundador do Greenpeace e vice-presidente da Coalizão Energia Limpa e Segura, um grupo pró-energia nuclear, estimou que a construção de 45 reatores iria gerar modestos 225 mil empregos. Alguns especialistas em energia dizem que o reator de McCain exigiria bilhões de dólares em novos subsídios e seriam um uso pouco eficiente do dinheiro dos contribuintes, não importando quantos empregos gerassem.
Estes especialistas parecem preferir a promessa de Obama de investir US$150 bilhões em projetos de energia limpa nos próximos 10 anos, dos quais a maior parte seria direcionada a fontes de energia não nucleares.
(The New York Times, 10/10/2008)