O prefeito Janir Branco recebeu, na tarde de ontem, o diretor da empresa Verderis Bioenergia Ltda, Floris Kleemans, e o representante da Agência Comercial Holandesa no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Tjitte van der Werf, quando foi assinado um Protocolo de Intenções entre a empresa e o Município. A empresa holandesa Verderis, a partir de 2009, pretende implantar um projeto de produção de bioenergia no Distrito Industrial.
Há cerca de dois anos o Executivo Municipal, representado pelos secretários Extraordinários, Gilberto Pinho, e do Meio Ambiente, Norton Gianuca, vem realizando várias reuniões com os empresários holandeses no sentido de atrair mais este empreendimento para Rio Grande. Segundo o diretor da Verderis, o empreendimento ficará num terreno de 33 hectares localizado na rua B do Distrito Industrial, próximo a Tanac. "As operações devem começar no terceiro ou quarto trimestre de 2009. "Sentimos que em Rio Grande temos todas as condições necessárias para esse serviço", disse ele.
O empreendimento da Verderis tem o objetivo de fornecer energia renovável (biomassa), seja a partir de resíduos orgânicos de outros processos, como serrarias, como também a partir do cultivo para fins energéticos. A empresa juntará interesses ambientais e energéticos. Numa primeira etapa, irá processar resíduos das madeireiras para fabricação de briquetes, transformando serragem, que hoje representa um passivo ambiental, em meios de energia com um processo de queima tão eficiente quanto as fontes fósseis (carvão, óleo e gás) e muito melhor que outras fontes renováveis, como lenha e cavaco.
Depois da fabricação de briquetes virão os "pallets". Esses produtos podem ser destinados tanto para o mercado interno quanto para o europeu, onde os "pallets" são usados para produção de calor nos meses de inverno e os briquetes para gerar calor em plantas industriais. As fases seguintes terão um impacto ainda mais significativo. A captação de CO² em piscinas de algas será um meio para combater as emissões das indústrias no Distrito Industrial da cidade, enquanto o cultivo de algas nas águas da região oferecerá oportunidade de geração de empregos.
O Rio Grande do Sul oferece ótimas condições para colocar este tipo de tecnologia em prática, o que pode tornar o Estado um líder no cenário mundial no fornecimento de biomassa. Somente a realização das duas primeiras fases do projeto envolvem investimento de R$ 20 milhões, estimando-se a geração de 160 novos empregos diretos e 300 indiretos.
"O projeto é importante do ponto de vista ambiental, pois irá transformar resíduos em biomassa. Rio Grande tem muita matéria prima, pela grande quantidade de serrarias, como também possui o Distrito Industrial e o porto. Tudo isso contribui", salientou o secretário Norton Gianuca.
O Município disponibilizará areia proveniente da escavação do dique seco para que a empresa faça o nivelamento do seu terreno, bem como, contato com a Corsan para a ligação da rede de água e o contato com a CEEE, para a rede elétrica.
(Jornal Agora, 10/10/2008)