Depois de dois anos da morte de mais de cem toneladas de peixes no rio dos Sinos, na região metropolitana, pouco foi feito pelos governos, avalia Rafael Altenhofen, da organização não-governamental (ONG) União Protetora do Ambiental Natural (Upan). A ONG é uma das entidades que participa do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos).
Rafael aponta que o esgoto doméstico é o principal responsável pela poluição do Rio dos Sinos, correspondendo a 85% do que é lançado no rio. Ele relata que, até o momento, os municípios não tomaram nenhuma medida significativa para diminuir o impacto. As empresas próximas também contribuem na poluição.
“Em termos de gestão está muito parecida com aquela na ocasião da mortandade, também em termo de efluentes por parte dos municípios, o esgoto cloacal, não houve nenhuma alteração significativa de lá para cá. O que houve foi a autuação de algumas poucas empresas e essas sim mudaram o seu lançamento de efluentes, passaram a cumprir a legislação”, diz.
No entanto, Rafael avalia que, agora, a situação tende a melhorar. O Comitesinos recebeu, há menos de um mês, recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) para a execução de três projetos. Um é voltado para a elaboração do Plano da Bacia do Rio dos Sinos, que vai diagnosticar as necessidades da bacia hidrográfica. Outro é destinado ao tratamento de resíduos e um terceiro à educação ambiental.
Além disso, os municípios serão incentivados a implementar o plano de saneamento, através do Consórcio Público de Saneamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, o Pró-Sinos. Para Rafael, essa é uma alternativa para que as cidades construam a rede de esgoto.
“Pró-Sinos é um consórcio intermunicipal que são menos municípios que já aderiram a ele que visa resolver um dos problemas, que é o econômico, o acesso aos recursos, porque existem recursos governamentais para isso, inclusive, recursos privados e internacionais”, diz.
(Por Paula Cassandra, Agência Chasque, 09/10/2008)