Por meio de uma carta divulgada ontem (09/10), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Via Campesina, o Conselho de Missão entre Índios (Comin), o Conselho de Pastoral da Diocese de Guajará-Mirim e representantes de oito etnias indígenas denunciam política do governo Federal que cria unidades de preservação ambiental sobrepondo terras indígenas. Segundo a carta, essa prática “inviabiliza os procedimentos de demarcação bem como promove reduções drásticas dos territórios tradicionalmente ocupados pelos povos indígenas”.
Além disso, eles acusam o governo de favorecer os grandes empreendimentos latifundiários, empreiteiras, empresas de energia elétrica e madeireiros. “As políticas apresentadas pelo governo brasileiro para a Amazônia têm por objetivo, quase que exclusivo, favorecer os grandes empreendimentos latifundiários que desmatam as florestas para plantar soja, cana-de-açúcar, pinus e eucalipto, tendo em vista a expansão do agronegócio”, diz a carta.
No documento, os movimentos também cobram ações. Entre elas, estão: a demarcação, por parte do Ministério da Justiça e da Fundação Nacional dos índios (Funai), das terras Cujubim, Wayuru, Miquelem, Puruborá, Cassupá, Jabuti, Sabanê, Sowaintê; a investigação por Polícia Federal e Funai dos responsáveis pelas invasões premeditadas nas terras dos povos em situação de isolamento e risco, além da implementação de uma política de atenção à saúde indígena.
(Amazonia.org.br, 10/10/2008)