A crise financeira mundial não vai ameaçar os objectivos climáticos, garantiu hoje o ministro alemão do Ambiente, Sigmar Gabriel. Mas há quem esteja preocupado. Hoje, a Polónia lembrou à presidência francesa da União Europeia as dificuldades em cumprir o plano climático europeu.
A crise financeira marca “o fim da economia virtual e um regresso à economia real”, o que deverá beneficiar o sector das energias renováveis, considera o ministro em comunicado.
“Para todas as tecnologias que utilizam de forma mais eficaz a energia e as matérias-primas ou que adoptam as energias renováveis, vai surgir um importante mercado internacional nos próximos anos, que será mais rentável para os investidores”, garantiu. Segundo Sigmar Gabriel, uma “política climática eficaz vai permitir gerar crescimento, empregos e maior segurança energética”.
Uma maioria dos deputados europeus adoptou terça-feira as linhas centrais de um plano de luta contra as alterações climáticas, que deverá ser submetido a uma votação definitiva no Parlamento em Dezembro. Os críticos ao plano argumentam que a crise financeira torna insuportáveis para a indústria os custos da luta contra o sobre-aquecimento global.
O plano fixa como objectivos para 2020 uma redução de 20 por cento das emissões de gases com efeito de estufa, em relação a 1990 – 30 por cento em caso de acordo internacional -, aumentar para 20 por cento a quota das renováveis no consumo total de energia e aumentar em 20 por cento a eficiência energética.
Primeiro-ministro polaco lembra a Sarkozy dificuldades em cumprir plano climático
Hoje, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, foi recebido no Eliseu pelo Presidente francês Nicolas Sarkozy para um almoço marcado pelas questões do Ambiente e da Energia.
À saída do encontro, Tusk disse aos jornalistas que chamou a atenção de Sarkozy para as dificuldades da Polónia - onde o carvão ainda é uma das principais fontes de energia - para respeitar os compromissos do plano climático europeu.
Segundo o Eliseu, Sarkozy respondeu a Tusk que é necessário "encontrar compromissos" mas sem pôr em causa a ambição da União Europeia de conseguir um acordo sobre o "pacote energia-clima" antes do final deste ano.
(AFP, Ecosfera, 10/10/2008)