O Ciclo de Debates “A luta pelos direitos sociais: conquistas e novos desafios”, realizado na Unicamp/SP, teve seu encerramento nesta tarde de quinta-feira (09/10). Foram discutidos alguns desafios atuais e futuros para o desenvolvimento nacional. Os debatedores fecharam o Ciclo fazendo uma análise dos rumos do crescimento econômico atual e questões relacionadas ao desenvolvimento amazônico e os direitos dos indígenas.
Cláudio Salm, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colocou a questão da ocupação amazônica e a defesa dos direitos dos povos indígenas como sendo um dos grandes desafios atuais para o desenvolvimento nacional e na perspectiva dos direitos civis e manutenção da diversidade étnica e cultural. “Os dados sobre desmatamento têm demonstrado a relação entre as reservas indígenas e preservação da floresta. Os direitos indígenas já estão bem-estabelecidos na Constituição e precisam ser efetivados”, alertou Salm. Outro desafio apontado pelo economista está relacionado à melhoria da capacidade de planejamento do Estado brasileiro que, segundo ele, foi enfraquecida no período histórico recente.
O economista João Sicsu, diretor de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicas (Ipea), apontou como maiores desafios constitucionais, do ponto de vista macroeconômico, a busca do pleno emprego e a redução das desigualdades sociais. O pesquisador apresentou gráficos que, em sua interpretação, seriam evidência de um momento econômico positivo do país nos últimos anos. O aumento da taxa de crescimento superior ao do PIB, a redução da taxa de desocupação e o crescimento do emprego formal foram alguns dos dados apresentados por Sicsu.
Como pontos negativos do atual cenário econômico, ele apontou a baixa remuneração dos empregos criados e o baixo poder de compra dos assalariados. “A trajetória econômica atual comprovou que não se equilibram as finanças com cortes de gastos, mas com crescimento. Estamos repensando bem a economia fiscal e monetária. O grande desafio é repensar a macroeconomia externa e diminuir a remessa de lucros ao exterior”, analisou o economista.
(Por Márcia Tait, Jornal da Unicamp, 09/10/2008)