As crescentes migrações provocadas pela mudança climática serão o principal tema de uma conferência de especialistas inaugurada hoje em Bonn pelo Instituto de Meio Ambiente e Segurança Humana da Universidade das Nações Unidas (UNU). Mais de 400 participantes de todo o mundo, entre cientistas, altos funcionários e políticos, assistem à conferência de três dias que abordará o aumento dos movimentos migratórios causados, entre outros fatores, pela desertificação e constantes inundações.
Além disso, a crise financeira global piorará a situação dos emigrantes forçados a se deslocar por causa de desastres naturais, que serão cerca de 200 milhões em 2050, afirmou à Agência Efe o presidente da conferência, Janos Bogardi. Bogardi, diretor da UNU, declarou em Toronto pouco antes de viajar para Bonn que a crise que os mercados financeiros de todo o mundo enfrentam e as crescentes dificuldades econômicas dos países desenvolvidos agravarão a situação desses emigrantes, especialmente daqueles procedentes de nações em desenvolvimento.
O diretor da UNU também advertiu sobre o perigo de que o tráfego de pessoas seja impulsionado por uma combinação de crise econômica mundial e restrições nos países em desenvolvimento. "Todos os indicadores mostram que estamos enfrentando o surgimento de um grande problema global. O assunto da emigração representa a expressão mais profunda da vinculação entre o meio ambiente e a segurança humana", afirmou.
Durante a conferência de Bonn serão apresentados os resultados preliminares do primeiro estudo empírico global, financiado pela União Européia (UE), no qual se analisa o peso que os problemas ambientais têm na decisão da população de emigrar. EFE
(Efe, G1, 10/10/2008)