O desmatamento na Amazônia nos meses mais secos do ano --junho, julho e agosto-- caiu 27 por cento em relação a 2007, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com os números do sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, este ano 649 quilômetros quadrados foram desmatados no período na Amazônia, o menor nível dos últimos cinco anos, informou o Ministério do Meio Ambiente nesta quarta-feira.
Em 2004, a área desmatada no período foi de 5.858 km2, e o número vem caindo desde então. Nos meses de junho, julho e agosto ocorre, tradicionalmente, o maior volume de corte da floresta.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que os números mostram que sua gestão está conseguindo manter a tendência de queda registrada sob a administração da ex-ministra Marina Silva, que deixou o cargo em maio.
"Mas os números não são bons. Temos que reduzir ainda mais o desmatamento na Amazônia", afirmou Minc, em comunicado do ministério.
Minc não tem mesmo só o que comemorar. Em agosto, o desmatamento mais do que dobrou na comparação com o mês anterior, divulgou o Inpe no final de setembro, somando 756 quilômetros quadrados. No acumulado de 2008, a área de floresta perdida soma 5.681 km2.
Para conter o desmatamento, o Ministério do Meio Ambiente está implementando medidas de fiscalização, como o aumento do número de portais de fiscalização nos entroncamentos de rodovias na Amazônia. "Hoje são apenas dois, nas BRs 364 e 163, mas o objetivo é chegar a oito", segundo a nota.
Entre as medidas de combate à impunidade ambiental, o ministério anunciará na sexta-feira o ajuizamento de ações contra 90 desmatadores.
(Por Tatiana Ramil, Reuters, 08/10/2008)