Após dois anos, completados ontem, o rio dos Sinos está recuperado da tragédia ambiental que culminou na morte de 108 toneladas de peixes, causada pelo derrame clandestino de material orgânico. Na época, uma empresa foi acusada do crime e outras 18 pessoas e seis empresas foram indiciadas pela polícia. Um levantamento feito pela Unisinos aponta que mais de cem espécies de peixes, entre elas as 16 que foram praticamente devastadas pela mortandade, fazem parte do rio hoje.
Conforme o presidente licenciado do Instituto Martin Pescador, Henrique Prieto, a recuperação que foi feita precisa servir de estímulo para a preservação da bacia. Ações preventivas já são uma realidade, como o consórcio Pró-Sinos, que reúne as 32 cidades banhadas pelo rio na discussão de políticas ambientais. São Leopoldo e Novo Hamburgo, por exemplo, estão implantando sistemas de separação de esgoto na rede pública. Em Novo Hamburgo, a conclusão da primeira Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) vai elevar de 2% para 7% o índice de esgoto tratado no município e em São Leopoldo a ETE aumentará o índice de 22% para 48%.
O controle ambiental sobre as empresas que atuam nas duas principais cidades do Vale do Sinos também foi reforçado depois da tragédia. Ambas garantem terem dobrado o número de licenças ambientais emitidas do ano de 2006 para cá.
(Correio do Povo, 09/10/2008)