(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
biocombustíveis zoneamento cana amazônia
2008-10-09

Durante debate promovido pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e pela Subcomissão Permanente dos Biocombustíveis, diversos senadores cobraram dos ministros Reinhold Stephanes, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Carlos Minc, do Meio Ambiente, incentivos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Os parlamentares discutiram com os ministros a adoção de regras para produção de cultivos destinados à produção de biocombustíveis.

Um dos autores do requerimento propondo a realização do debate, o senador Expedito Júnior (PR-RO) ponderou que a exclusão da Amazônia do zoneamento agroecológico que identifica áreas aptas à produção de cana-de-açúcar deveria vir acompanhada de medidas para o desenvolvimento da região.

- Na Amazônia, sempre ouvimos o que não pode ser plantado na região. Mas afinal, o que pode ser produzido lá? Precisamos saber e precisamos contar com incentivos para o desenvolvimento da região - afirmou.

Expedito Júnior também manifestou preocupação com possíveis problemas decorrentes de conflitos entre zoneamentos feitos pelos estados e o estudo realizado pelo governo federal. Em Rondônia, exemplificou ele, o zoneamento prevê o plantio de cana-de-açúcar em áreas determinadas do estado, ao contrário do estudo nacional, que impede o cultivo em todo o bioma amazônico.

Em resposta, Reinhold Stephanes defendeu a abertura de diálogo com os governos estaduais, de forma a dar compensações para áreas restritas. Para a produção de energia na Amazônia, o ministro sugeriu incentivos para o cultivo de palma.

O senador João Pedro (PT-AM), cobrou a adoção de medidas visando à regularização fundiária na Amazônica.

- Como vamos fazer o manejo das áreas, o controle, a fiscalização, se as áreas não estão regularizadas? - questionou.

Ao responder, Stephanes afirmou que o governo pretende realizar a regularização fundiária em dois anos. Para tanto, disse, estão sendo feitos estudos sobre a simplificação da legislação fundiária e discutidas propostas para que o processo de regularização seja feito pelos estados.

Sobre o assunto, o senador Osmar Dias (PDT-PR) disse não acreditar que o governo consiga realizar a regularização fundiária no prazo anunciado pelo ministro, especialmente pela dificuldade de ratificar títulos de propriedade em faixa de fronteira. No debate, Osmar Dias também defendeu modificações a legislação ambiental, de forma a viabilizar as pequenas propriedades rurais e a agropecuária brasileira.

Crise

Para o presidente da CRA, senador Neuto de Conto (PMDB-SC), a agricultura brasileira é hoje uma das armas de que o país dispõe para se proteger da crise na economia mundial. Ele ressaltou que o agronegócio é responsável por 34% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e por 35% das exportações do país.

- Se conduzir sua agricultura de forma inteligente, sem afetar o meio ambiente, o Brasil pode chegar a ser o maior produtor e maior exportador de alimentos, assim como pode ser o maior produtor de bioenergia. Temos solo, clima, tecnologia e gente, com capacidade para alcançarmos esse objetivo - afirmou.

Ao se manifestar no debate, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) defendeu a realização de zoneamentos ecológicos e econômicos para todo o Brasil e elogiou a conclusão de estudo do governo que veta o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal. Para o senador, a medida ajudará a defender a produção brasileira de etanol e deixará o país em posição favorável nos fóruns internacionais. Ele lembrou recentes críticas feitas ao país e a preocupação internacional com a destruição da Amazônia.

Para reduzir o desmatamento na Região Norte, o senador Augusto Botelho (PT-RR) defendeu medidas de proteção aos pequenos produtores rurais. Sem apoio governamental, disse, milhares de pequenos agricultores acabam usando os recursos florestais para sobreviver. Mesmo sendo pequenas propriedades, observou, a degradação no conjunto das áreas poderá comprometer a sustentabilidade da Amazônia.

Presente ao debate, a senadora Marina Silva (PT-AC) lembrou dificuldades enfrentadas por ela, quando esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente, na busca de entendimentos para promover mudanças de modelo de desenvolvimento da Amazônia.

- No Brasil, muitas vezes pensamos que podemos chegar a um resultado sem desenvolver um processo dialogado e sem criar as estruturas necessárias para a construção das mudanças - disse.

Pantanal

Já o senador Gilberto Goellner (DEM-MT) pediu a revisão de norma que impede a produção de cana-de-açúcar na Bacia do Alto Paraguai, no Pantanal. Conforme o parlamentar, existem no Mato Grosso 11 usinas de produção de açúcar e álcool, sendo oito localizadas na Bacia do Alto Paraguai.

- Essas usinas não causam poluição, pois seguem critérios ambientais. Além disso, o plantio de cana-de-açúcar não é uma atividade poluidora. Ao contrário, tem baixo uso de insumos, o que justifica a retirada de impedimento ao cultivo de cana nas bacias do Pantanal - argumentou Goellner.

Ao responder ao senador, Carlos Minc disse que a existência de legislação sobre o assunto impede que a área seja incluída como apta ao plantio da cana. No entanto, o ministro ressaltou que o problema está em discussão junto aos órgãos do governo, o que poderá levar a entendimentos para elaboração de projetos alterando as leis atuais.

Em resposta ao senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Minc disse concordar com uma revisão do Código Florestal, desde que sejam mantidos os princípios de preservação dos recursos vegetais. Durante o debate, Minc considerou relevantes as preocupações manifestadas pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) sobre a necessidade de medidas governamentais para assegurar a sustentabilidade da agricultura realizada na Região Nordeste. Também participou do debate o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO).

(Por Iara Guimarães Altafin, Agência Senado, 08/10/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -