Terceiro dia, terceiro prêmio, novamente para três cientistas. A Academia Real de Ciências da Suécia anunciou nesta quarta-feira (09/10) os ganhadores do Prêmio Nobel de Química de 2008.
Osamu Shimomura, Martin Chalfie e Roger Tsien dividirão o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 3 milhões), pela descoberta e por estudos feitos para o uso da proteína verde fluorescente.
A proteína, também conhecida pela sigla em inglês GFP, foi observada pela primeira vez por Shimomura em uma água-viva encontrada na América do Norte, a Aequorea victoria, em 1962. O cientistas nascido no Japão e radicado nos Estados Unidos descobriu que a proteína brilhava ao ser estimulada pela luz ultravioleta.
Desde então, a proteína se tornou uma das mais importantes ferramentas científicas. Com a ajuda da GFP, pesquisadores desenvolveram técnicas para observar processos que anteriormente não podiam ser vistos, como o desenvolvimento de células nervosas no cérebro ou como o câncer se espalha pelo corpo. Graças à marcação fluorescente é possível observar movimentos, posições e interações de proteínas específicas.
Os organismos vivos abrigam dezenas de milhares de proteínas diferentes, que controlam processos químicos importantes em seus mais ínfimos detalhes. Se essa maquinaria protéica não funcionar corretamente, ocorre a manifestação de doenças. Isso explica a importância de mapear os papéis das proteínas.
Com proteínas fluorescentes, pesquisadores podem acompanhar o desenvolvimento de diversas células. Podem por exemplo, verificar danos promovidos pela doença de Alzheimer em células nervosas ou ver como as células produtoras de insulina são criadas no pâncreas de um embrião.
Seguindo o trabalho de Shimomura, da Universidade de Boston e do Laboratório de Biologia Marinha em Woods Hole, Chalfie, da Universidade Colúmbia, também nos Estados Unidos, demonstrou a importância do GFP como um marcador genético luminoso para diversos fenômenos biológicos.
Em um de seus experimentos, o pesquisador conseguiu colorir seis células individuais no verme transparente Caenorhabditis elegans com o auxílio da GFP.
Segundo o comitê do Nobel, Tsien, da Universidade da Califórnia em San Diego, contribuiu para a melhor compreensão de como a proteína fluorescente funciona. Ele também expandiu a paleta de cores para além do verde, permitindo que cientistas usassem diferentes cores para marcar proteínas específicas. O avanço tornou possível acompanhar diferentes processos biológicos ao mesmo tempo.
Os prêmios – cheques, medalhas de ouro e diplomas – serão entregues em 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Bernhard Nobel (1833-1896), o inventor da dinamite. O Nobel de Literatura será divulgado nesta quinta-feira (9/10), seguido pelo da Paz, no dia seguinte, e pelo de Economia, no dia 13.
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(Agência Fapesp, 09/10/2008)