Quando se fala em previsão de tempo, a primeira imagem que vem à mente é sem dúvida uma nuvem - ou muitas delas. Seja trazendo boas notícias - como água para a lavoura e chuva em regiões secas - ou trazendo más notícias - como chuva em um fim de semana de folga - as nuvens são sempre o alvo principal das previsões climáticas.
Radar de nuvens
Estudar as nuvens, contudo, não é uma tarefa simples. Mas que ficará um pouco mais fácil graças a um novo tipo de radar desenvolvido por cientistas ingleses. Partindo de peças usadas em radares instalados em satélites artificiais, os pesquisadores conseguiram projetar um novo radar para visualização do interior de nuvens que é o mais preciso já construído - além de ser leve, fácil de operar e consumir pouca energia.
O Radar de Nuvens gera uma visualização interna de uma nuvem ou neblina com até 8 quilômetros de espessura. Operando a 94 GHz, 50 vezes mais do que a freqüência da maioria dos telefones celulares, o radar mede a altura da nuvem em relação ao solo, sua espessura, densidade e estrutura interna, além de fornecer informações similares para camadas de nuvens de altas altitudes.
Radar portátil
Como seu desenvolvimento se baseou em um radar altimétrico utilizado em satélites artificiais, o radar de nuvens é pequeno, leve e consome menos energia, o que deverá facilitar sua adoção não apenas para previsões do tempo, mas também para aumentar a segurança da operação de aeroportos.
"Em poucas palavras, nosso Radar de Nuvens pega uma fatia de uma nuvem e fornece um perfil vertical completo e preciso. Em comparação com os radares tradicionais pulsados, este radar consome menos energia, tem alta sensibilidade e é um instrumento portátil que utiliza apenas componentes de estado sólido para redução de custos e melhor confiabilidade," explica o coordenador da pesquisa, Brian Moyna.
O radar de nuvens consiste em um gerador de freqüências com comprimentos de onda na faixa dos milímetros que emite continuamente um sinal de baixa potência na direção vertical. O sinal refletido pelas gotas de água e cristais de gelo da nuvem é capturado por um receptor e convertido em um sinal de microondas, que é então digitalizado e analisado, gerando uma imagem em tempo real do perfil da nuvem.
(Inovação Tecnológica, 07/10/2008)