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contaminação do solo
2008-10-07

Os cemitérios de animais domésticos são fontes potenciais de contaminação do solo, águas superficiais e subterrâneas, assim como pode ocorrer com os cemitérios humanos, aponta pesquisa desenvolvida pelo geógrafo Yadyr Augusto Figueiredo Filho, no Instituto de Geociências (IGc) da USP. O trabalho também mostra que a contaminação pode gerar riscos epidemiológicos, por introduzir no meio ambiente uma nova fauna de microorganismos presente nos corpos dos animais.

A possível contaminação provocada pela disposição inadequada das carcaças de animais é avaliada numa área em Pirassununga (interior de São Paulo) onde é feito o descarte. “Foram montados poços para monitorar física, química e microbiologicamente o solo e as águas subterrâneas”, explica Figueiredo.

As amostras são coletadas segundo padrões estabelecidos para averiguar o grau de potabilidade de águas subterrâneas e contaminação do solo estipulados pelo Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb). “Os resultados preliminares mostram a presença importante de diversos microorganismos, como coliformes totais, clostrídios sulfitoredutores e Clostridium perfringens”, aponta o geógrafo.

Também foram identificados nas análises esporos de bactérias mesófilas e termófilas anaeróbias, que podem se espalhar pelo ar. “Esses patógenos são mais preocupantes, pois revelam a presença de organismos esporulantes que resistem às condições ambientais após a morte do animal, o que indica a presença de uma fauna diferente da encontrada nos cemitérios humanos”, acrescenta.

De acordo com Figueiredo, serão necessárias novas pesquisas para identificar a diversidade e o grau de patogenecidade desses microorganismos. “Existem doenças que são comuns aos homens e aos animais”, aponta. “O animal pode ser o vetor de uma doença, mesmo sem manifestá-la”. A análise das amostras está sendo feita na Unidade Laboratorial de Referência de Microbiologia do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), em Campinas (interior de São Paulo), seguindo métodos adotados internacionalmente.

Normas

O professor Alberto Pacheco, do IGc, que coordena a pesquisa, alerta que não existem normas que regulamentem a disposição de carcaças de animais no solo, inclusive nos casos de peças vindas de laboratórios veterinários e matadouros. “Esse material, se lançado na natureza de forma aleatória, torna-se fonte potencial de poluição”, ressalta. Na cidade de São Paulo, 60% dos animais domésticos mortos são depositados em terrenos baldios, quintais, jardins ou sítios, 7% são colocados em sacos de lixo e 20% são entregues a Prefeitura ou abandonados na rua.

Em apenas 13% dos casos, os animais são entregues a um veterinário. De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura de São Paulo, são recolhidas cerca de seis toneladas de carcaças de animais por dia. Na região metropolitana de São Paulo, estima-se que haja cerca de um cão para cada cinco habitantes e 127 mil mortes podem ocorrer por ano.

Figueiredo explica que os cemitérios de animais domésticos são estabelecimentos comerciais que prestam serviços de sepultamento ou cremação de animais de estimação domiciliados. Eles surgiram recentemente, por uma necessidade criada a partir do aumento do número de animais domésticos domiciliados, especialmente nas classes A e B.

“Na Grande São Paulo, segundo estatísticas, 51% dos moradores desse grupo possuem pelo menos um animal de estimação, o que aponta um público potencial de 2 milhões de animais para os cemitérios”, conta o geógrafo. “Também há a tendência de expansão para as classes C e D”. Pacheco ressalta que, na ausência de um atestado de óbito do animal, a importância da disposição adequada é maior.

“Cemitérios de animais são uma solução, desde que implantados de modo adequado, atendendo as condições geológicas, hidrogeológicas e geotécnicas do meio”, afirma. “O objetivo maior do estudo é contribuir na elaboração de uma norma nacional que garanta a adequada disposição de carcaças de animais no ambiente”.

O estudo conta com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O trabalho tem a participação dos alunos Yadyr Augusto Figueiredo Filho e Paulo Roberto Gaudio de Almeida, além da colaboração da professora Sidneide Manfredini, do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

(Por Júlio Bernardes, da Agência USP, com informações da Envolverde)


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