É mais barato e inteligente preservar os recursos naturais do que poluir e depois ter que recuperar. Essa foi a principal mensagem do analista de projetos ambientais da Fundação O Boticário, André Ferrette, que palestrou na última semana, no quarto evento da série Encontro Desenvolvimento Sustentável do Sistema Federação das Indústrias (FIESC), em Criciúma. Ferrette falou sobre as ações para a promoção da sustentabilidade ambiental da Fundação O Boticário, mantida pela fabricante de cosméticos há 18 anos.
A empresa destina 1% da sua receita líquida em investimentos sociais privados, sendo 80% para a área ambiental. Para se ter uma idéia, o faturamento da empresa em 2007 foi de R$ 872 milhões. Além de cuidar da gestão ambiental da própria empresa, a Fundação O Boticário mantém projetos de preservação em diversas frentes. Uma delas é diretamente em pesquisas científicas. Dessa forma, a fundação já descobriu 33 novas espécies animais e vegetais, sendo que quatro delas receberam nomes científicos relacionados a Boticário. A entidade também mantém reservas naturais de preservação permanente em três biomas brasileiros: na mata atlântica, abrangendo o litoral do Paraná e de São Paulo, no Pantanal e no cerrado. Outra iniciativa é a compensação financeira para áreas privadas que contenham mananciais. A Fundação O Boticário paga para que o proprietário do terreno nessas áreas mantenha o ambiente intacto, de modo que a água que se origina ali continue brotando natural e limpa. “Baseamos esse projeto em uma experiência pioneira em Nova York. Percebemos que não faz sentido deixar que se polua para, depois, ter que investir no tratamento dessa água”, afirmou. O uso racional da água também é uma das principais preocupações da Eliane Revestimentos Cerâmicos.
O analista ambiental da empresa, Wladimir José Nunes, também falou no evento sobre as ações da companhia na área ambiental. Ele disse que hoje toda a água usada no processo produzido passa por estações de tratamento, e 60% dessa água é reutilizada pela própria empresa. A meta é que toda a água tratada seja reaproveitada. Nunes também falou sobre a nova linha de produtos da Eliane, a Ecostone. Atestada pela certificadora alemã BRTÜV como uma linha ecologicamente correta, os cinco produtos já lançados pela empresa na linha Ecostone são feitos com 60% de matéria-prima reutilizada dos próprios processos da Eliane. O primeiro vice-presidente da FIESC, Glauco José Corte, destacou na abertura do encontro que os mercados brasileiro e, principalmente, os externos são hoje muito exigentes com a origem dos produtos. “Os clientes querem saber se o fabricante tem compromisso com o meio ambiente, se o produto é eco-eficiente, se ele consome muita energia ou emite muito gás carbônico”, disse, destacando que esse é cada vez mais um diferencial para as indústrias. “Santa Catarina já tem vários exemplos positivos nesse sentido, e queremos divulgar com esses encontros algumas dessas experiências”, completou. Até o dia 16 de outubro, a série Encontro Desenvolvimento Sustentável terá ao todo seis eventos nas principais regiões industriais de Santa Catarina, abordando os temas educação e mercado de trabalho, meio ambiente e responsabilidade social. Os eventos anteriores foram realizado em Chapecó (responsabilidade social, com palestras da Vonpar e Celulose Irani), Lages (meio ambiente, com Amanco e Tractebel Energia) e Joinville (educação e mercado de trabalho, com WEG e Votorantim). Os próximos encontros serão realizados em Florianópolis (09/10, sobre educação e mercado de trabalho) e Blumenau (16/10, debatendo responsabilidade social).
(FIESC,
Adjorisc, 06/10/2008)