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extinção de espécies
2008-10-07

Havia dez anos que pesquisadores não se debruçavam sobre dados e evidências acerca da saúde dos mamíferos em todo globo. Agora, em ampla revisão feita por 130 cientistas comissionados pela União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN, em ingles), surgiu uma conclusão sombria: 25% das espécies de mamíferos em todo mundo correm risco de extinção.  Isso significa que suas populações já contam com baixo número de indivíduos e seus habitats estão sob pressão humana.

Ao todo 5.487 espécies de mamíferos foram estudadas e 1.141 iidentificadas como correndo algum nível de perigo de extinção.  O gato-pescador (Prionailurus viverrinus), felino de médio-porte, que habita boa parte do Sudeste Asiático, passou de uma situação de vulnerável para ameaçado. O mesmo ocorreu com a foca (Pusa caspica) do mar Cáspio, que deste 2005 registra uma queda de 60% no nascimento de filhotes. Situação mais complicada enfrenta o lince da peninsula Ibérica (Lynx pardinus), cujo número de indíviduos, estima-se, não passe hoje de 140.

Os dados constam da nova lista de espécies em risco extinção da IUCN, lançada nesta segunda-feira no Congresso Mundial de Conservação, em Barcelona. Conhecida como a Lista Vermelha, a relação deste ano avaliou quase 45 mil espécies e apontou que 35% delas correm algum tipo de ameaça e podem desaparecer. A classificação engloba as espécies em oito categorias, que variam entre aquelas que demandam menos preocupação até aquelas que já se extinguiram na natureza, como é o caso da ararinha-azul no Brasil.

Em relação à lista de 2007, houve um decréscimo de 1%, algo que, na opinião dos especialistas da IUCN, não pode ser interpretado como melhora, pois a disponibilidade de dados varia ano a ano. O cientista responsável pela avaliação dos mamíferos, Jan Schipper, revelou que não existem dados confiáveis para a avaliação de cerca de 800 espécies da classe. “O número de mamíferos ameaçados pode ser maior e chegar 36%. Precisamos de um esforço maior em pesquisa para saber qual o estado destas espécies”, alertou. 

Embora o caso dos mamíferos tenha recebido maior destaque na Lista Vermelha deste ano, outras espécies também enviaram sinais de alerta aos conservacionistas. O crocodilo cubano (Crocodylus rhombifer), um réptil de pequeno porte, considerado dos mais ágeis e inteligentes em todo globo, passou da categoria ameaçado para criticamente ameaçado. A razão para isso? Busca por sua pele e carne, cada vez mais valorizada. Notícias mais duras apareceram ainda na relação da IUCN. O rápido declínio da população de anfíbios na América Central, observado desde a década de 90 por conta de uma micose, vitimou a rã de holdridge (Incilius holdridgei), que foi considerada extinta na nova lista

Boas notícias
Algumas notícias positivas, entretanto, emergiram da lista de espécies ameaçadas. Entre elas, a reaparição do que se conhece como lagarto-gigante (Gallotia auaritae), que habita La Palma, nas Ilhas Canárias, Espanha. Um exemplar da espécie não era avistado há 25 anos. Ainda assim, fica na categoria criticamente ameaçado. Outro animal que alegrou a turma da IUCN foi o elefante-africano (Loxodonta Africana), que pode ser encontrado em 37 países que dividem as savanas e desertos da África. Após anos de declínio na população, houve uma mudança na tendência e os elefantes deixaram a categoria vulnerável para as quase ameaçadas.

As espécies brasileiras como um todo não tiveram grandes mudanças. Mas na avaliação do primatólogo-chefe da Lista Vermelha, Russel Mittermeier, que também preside a ONG Conservação Internacional, o Brasil conseguiu interromper a perda de diversas espécies, principalmente os micos-leão e o muriqui, habitantes da Mata Atlântica. “O número de indivíduos ainda é pequeno é claro, mas o trabalho de conservação é maravilhoso”, disse. Segundo ele,  o que ainda preocupa, é a situação de primatas no Nordeste brasileiro. 

Nem todos concordam com as conclusões otimistas da IUCN. Há poucos meses, quando o dado de que a baleia franca teria uma avaliação positiva, ONGs que trabalham com a espécie, apesar de reconhecerem o aumento na população, avisaram que era cedo para cantar vitória. Outro ponto que deve trazer certa controvérsia entre os conservacionista é o lançamento de uma avaliação global dentro da Lista Vermelha. Coordenado pela Sociedade Zoológica de Londres (SZL), o modelo de apreciação geral é uma pesquisa por amostragem que escolhe espécies representativas de algumas classes e, assim, afere, resultados globais.

Neste sentido, outros dados preocupante surgiram: 24% dos animais vertebrados estão ameaçados de extinção, ou 33% das espécies de corais estão correndo sério risco. Com as mudanças climáticas, tudo isso poderá ficar ainda pior. Jonathan Baillie, da SZL, defendeu que a pesquisa por amostragem se torne um indicador tão importante como indicadores econômicos, como forma de controlar a pressão da atividade humana sobre a biodiversidade. “Sabemos que a crise da biodiversidade é bem mais grave do que qualquer outra, e mesmo assim nenhum plano de emergência surgiu até agora para contê-la”,  disse em uma ácida referência a crise bancária que coloca o atual sistema financeiro em sério risco de extinção.

Explore o site da Lista Vermelha aqui.

(Por Gustavo Faleiros, OEco, 06/10/2008)


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