Representantes de milhares de crianças e adolescentes indígenas da América pediram hoje aos governos de seus países para propiciar o desenvolvimento que alivie a pobreza, e exigiram respeito a seus direitos. No marco do 3º Fórum Social das Américas, que começa amanhã na Guatemala, representantes deste setor de Brasil, Equador, Chile, Honduras, México e do país anfitrião realizaram um encontro para analisar sua situação no continente.
Uma porta-voz da Guatemala, Flor de María Cholotío, explicou que a atividade foi organizada a fim de promover espaços que lhes permitam reivindicar seus direitos, que são violados pelos Estados. A violência contra as mulheres e meninas, a deterioração dos recursos naturais, as deficiências em matéria de saúde e educação, e o modelo econômico neoliberal que provoca mais pobreza, segundo o dirigente, violam suas garantias.
"É indispensável que os Governos da América implementem políticas de desenvolvimento que beneficiem à infância e juventude indígena", destacou, por sua vez, o dirigente da Confederação de Povos da Nacionalidade Kichua do Equador, Agustín Caiza. Os tratados de livre-comércio, a exclusão e o racismo, disse, são políticas estaduais "de repressão que atrasam a vigência dos direitos da população".
A infância e juventude indígena da América também rejeitaram a violência e a militarização, e exigiram respeito à espiritualidade, à arte, à comunicação a seus lugares sagrados e à expressão de seus povos. As reivindicações deste setor serão apresentadas durante o 3º Fórum Social das Américas, que termina no domingo. As mais de dez mil pessoas, entre dirigentes sindicais, indígenas, camponeses, sociais e especialistas do continente, debaterão uma gama de temas políticos, econômicos, culturais e ecológicos que afetam suas povoações.
(EFE, Terra, 07/10/2008)