Uma boa parte dos recursos que os países mais ricos destinariam para a adaptação dos mais pobres à luta contra o aquecimento global pode ser sugado pelos planos de resgate da economia em grave crise por todo o mundo. Essa é a opinião do secretário da área climática da Organização das Nações Unidas (ONU), Yvo de Boer.
"Há o risco de que uma quantidade menor de dinheiro público esteja disponível no bloco de países ricos para cooperar com o bloco de países em desenvolvimento a respeito da tecnologia e da mobilização de recursos", disse de Boer. "Em conjunto, há o risco de que prevaleçam as preocupações de curto prazo."
Um dos temores do secretário é o não cumprimento do prazo para assinatura de um novo pacto de combate ao aquecimento – final de 2009. "Uma possibilidade é de não cumprir o prazo e ainda cair em um processo como o da Organização Mundial do Comércio, que continua a avançar sem prazo claro. Ou pior, adotaríamos uma postura fragmentada a respeito das mudanças climáticas", afirmou.
Nesta terça-feira, o Parlamento Europeu decide se a União Européia deve adotar unilateralmente metas ambiciosas quanto à emissão de gases que provocam o efeito estufa. As indústrias fazem pressão para investir o mínimo possível nas medidas e assim baixar seus custos.
(Veja Online, com agências Reuters e France Presse, 06/10/2008)