A directora do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (Inip), Francisca Delgado, afirmou em Luanda que o Governo tem adoptado várias medidas, como a proibição da pesca “banga-banga” e oferta de barcos aos pescadores, com objectivo de preservar a biodiversidade marinha.
Francisca Delgado fez esta declaração quando apresentava o tema “Indicadores da sustentabilidade dos Recursos Pesqueiros”, no segundo dia da terceira edição do Seminário sobre Ciências da Natureza e Biodiversidade (Senábio), que se realiza sob a égide do Museu Nacional de Historia Natural.
De acordo com a especialista, o Governo proibiu a pesca “banga-banga”, que consiste na técnica de arrasto da rede, por ser uma arte lesiva ao ecossistema marinho e por em perigo as espécies ameaçadas de extinção.
“A pesca banga-banga arrasta consigo peixes e outras espécies como a tartaruga marinha em via de extinção, polui as praias com o peixe que não serve para o consumo e é deixado na areia e remove o fundo do mar, situação que pode provocar desequilibro ambiental”, argumentou.
Para contrapor essa prática, prosseguiu a palestrante, o governo tem apoiado desde 2007 os pescadores com embarcações de pescas e sensibilizando-os sobre o tamanho das malhas de rede a utilizar nas suas actividades.
Por seu turno, o director técnico do Inip, Nkosi Luyeye, disse que a gestão dos recursos pesqueiros deve obedecer as regras para o benefício da comunidade e preservação do meio ambiente.
"A sustentabilidade bio ecológica é primordial para asseguramos o nosso presente e garantirmos um futuro de qualidade as gerações vindouras", asseverou.
Segundo o orador, o ecossistema costeiro e oceânico alberga a maior parte da biodiversidade do planeta e os seus recursos são considerados património da humanidade, por isso o homem deve utilizar essas riquezas de forma sustentável e racional.
No seu entender, o desenvolvimento sustentável é a actividade que atende as necessidades humanas sem comprometer a existência e capacidade das gerações futuras em concretizar os seus objectivos.
O acto, que decorre no auditório do museu, encerra sábado, com uma visita ao Parque Nacional da Kissama, um acto denominado “Seminário fora de portas”.
Participam do evento, biólogos, ambientalistas, investigadores, académicos, estudantes, governantes, entre outras individualidades nacionais e estrangeiras ligadas às ciências ambientais.
(Angola press, 04/10/2008)