A sessão da última quinta-feira (02/10) recebeu representantes de movimentos ecológicos, em decorrência da VIII Semana Estadual da Água, realizada entre 27 de setembro e 4 de outubro deste ano. Estiveram presentes Dione Dias Moraes, coordenadora do Movimento SOS Rio dos Sinos, e o citricultor Paulo Lenhardt, integrante do IMCA – Instituto Morro da Cutia da Agroecologia. As participações foram solicitadas pela Comissão de Meio Ambiente, composta pelos vereadores Anita Lucas de Oliveira (PT), Gilberto Koch (PT) e Jesus Martins (PTB).
Dione apresentou o trabalho realizado pelo Movimento SOS Rio dos Sinos. Entre as ações, destacou o mutirão de limpeza do rio realizado no último dia 27. A coordenadora também ressaltou a necessidade de mudança no comportamento da população, alertando para a poluição do rio e dos arroios da região. "Proporcional à poluição do rio, pode-se dizer que em meio copo d"água haveria 30 milhões de coliformes fecais."
Henrique Lenhardt, citricultor de Montenegro, relatou as atividades realizadas pelo Instituto Morro da Cutia, fundado em 1984: "Queremos redesenhar o sistema produtivo e os espaços urbanos, a fim de proporcionar sustentabilidade". De acordo com Henrique, o instituto aliou-se a mais 24 ONGs, de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e a 3 mil famílias de agricultores ecologistas.
A principal iniciativa do instituto é o reaproveitamento do óleo de cozinha. Por mês, cerca de 2 mil litros de óleo são reciclados pela entidade, gerando aproximadamente 1,2 mil litros de combustível, que é 30% mais barato que o biodiesel. A cada 15 dias o óleo é recolhido em 15 restaurantes do município, além do material entregue pela população em um posto mantido pelo Instituto. O óleo passa, então, por um processo de decantação, purificação e fervura, que demora cerca de três semanas. No entanto, conforme o citricultor 1 litro de óleo já corresponde a 1 milhão de litros de água contaminada.
Lenhardt, através desta proposta do Instituto, realizou a conversão de combustível em uma caminhonete S-10. Após a primeira experiência, o Instituto já converteu quatro tratores, um barco, dois caminhões, quatro camionetes, um microtrator e um motor estacionário, além de instalar 12 oficinas de conversão nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Goiás. Estima-se que as emissões de um veículo rodando com óleo vegetal contêm 40% menos fuligem e são 75% mais puras em relação ao diesel.
O convite feito aos ambientalistas foi elogiado pelo vereador Ralfe Cardoso (PSOL). Para Ralfe, a forma como as experiências foram apresentadas têm o poder de animar as pessoas a imbuírem-se da importância da preservação.
(Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo, 02/10/2008)