O presidente do Equador, Rafael Correa, ameaçou no sábado (04/10) nacionalizar um campo explorado pela Petrobras, que extrai 32 mil barris por dia de petróleo, e expulsar a estatal brasileira do país, assim como fez com a construtora Odebrecht. "Se demorarem muito [a assinar a renegociação do contrato], nacionalizo este campo e vão embora do país. Não vamos aguentar atrasos de ninguém", afirmou Correa.
"Já basta", acrescentou o presidente equatoriano, que se reuniu nesta semana com o ministro das Minas e Petróleos, Galo Chiriboga, e com a equipe de renegociação com as empresas de petróleo estrangeiras, sobretudo a Petrobras. "Estão demorando muito, eu me reuni com a Petrobras e chegamos a um acordo muito claro, e estão demorando muito. Aqui ou cumprem as exigências do país ou se vão, nós não estamos pedindo esmola, estamos pedindo Justiça, o que nos corresponde", completou.
Correa ordenou a renegociação dos contratos, que atualmente dão ao Estado 18% do petróleo, para que o país fique com toda a extração, em troca do pagamento dos custos de produção e uma margem de lucro às companhias de petróleo.
Ele também afirmou que se comprometeu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva --com quem se reuniu terça-feira passada (30) em Manaus-- a revisar o caso da Odebrecht, cujos bens no Equador foram embargados há duas semanas pelo não cumprimento de um contrato, enquanto quatro importantes obras a cargo da empresa passaram ao controle militar.
(Folha Online, AmbienteBrasil, 06/10/2008)