Milhares de portugueses continuam a beber água contaminada com bactérias nocivas à saúde. Cerca de 65 mil pessoas são servidas por sistemas de abastecimento onde, em 2007, todas as análises efectuadas revelaram a presença de Enterococos, segundo dados do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR). Em 2006, eram 71 mil.
E aproximadamente 61 mil portugueses beberam água onde a bactéria E.coli apareceu em pelo menos metade das análises feitas no ano passado – contra 63 mil em 2006. Ambos os microorganismos provocam infecções e diarreias. Mas a Direcção-Geral da Saúde não tem registo de surtos epidemiológicos relacionados com a ingestão de água em 2007.
Os dados do Instituto Regulador de Águas e Resíduos são a base do relatório anual sobre a qualidade da água para consumo humano, divulgado hoje. Segundo os dados, 2,57 por cento de todas as análises feitas no ano passado em Portugal violaram algum parâmetro da qualidade da água. Em 2006, foram 2,79 por cento e em 2005, 2,53 por cento.
A contaminação microbiológica continua a ser a ovelha negra, com 4,32 por cento das análises a revelarem água de má qualidade (5,11 por cento em 2006). Os casos referem-se sobretudo a pequenos sistemas de abastecimento, que distribuem água para dezenas ou centenas de pessoas e onde eram obrigatórias apenas duas análises por ano.
O controlo da qualidade da água melhorou no ano passado, com 98,9 por cento das análises obrigatórias realizadas. Todos as entidades que gerem a distribuição de água apresentaram planos de controlo da qualidade da água e só 0,3 por cento foram chumbados.
(Por Ricardo Garcia, Ecosfera, 02/10/2008)