Resta pouco tempo para deter o processo de extinção de muitas espécies animais e vegetais, advertiram neste domingo em Barcelona especialistas da União Internacional para a Conservação da Naturaleza (UICN), na abertura de seu quarto congresso. "Há urgência" para enfrentar as ameaças terríveis da mudança climática e da degradação dos ecossistemas", disse Valli Moosa, presidente da UICN e ex-ministro do Meio Ambiente da África do Sul.
"O que sabíamos há muito tempo se transformou em algo aceito por todos". "Podemos corrigir o curso das coisas, a transição para o desenvolvimento sustentável exige uma descarbonização de nossa economia", acrescentou, em referência às emissões de dióxido de carbono da combustão de energias fósseis. Moosa pediu às empresas para que integrem a proteção ao meio ambiente em sua gestão.
A UICN publicará na segunda-feira uma aguardada "lista vermelha" das espécies em risco de extinção, que deve confirmar a gravidade da crise atual. A relação, publicada todos os anos e considerada a avaliação mais confiável do estado das espécies no planeta, aumenta perigosamente.
Em 2007, quase 200 novas espécies entraram na lista de 16.306 espécies ameaçadas de extinção. A UICN vigia a evolução de 41.415 espécies. Em termos gerais, um mamífero em cada quatro, uma ave em cada oito, um terço dos anfíbios e 70% das plantas estão em perigo.
A erosão da biodiversidade é provocada pela combinação do crescimento urbano, da poluição, da mudança climática, dos conflitos armados e da exploração em excesso dos recursos. A UICN quer aproveitar o congresso, organizado a cada quatro anos, para sensibilizar os políticos e a opinião pública sobre questões do meio ambiente.
Somente a reunião mundial sobre o desenvolvimento sustentável de Johanesburgo em 2002 havia reunido mais participantes. A UICN, uma organização atípica criada em 5 de outubro de 1948 na França e que tem sede na Suíça, reúne mais de 1.000 membros - representantes de 80 governos e de 800 ONGs - es 10.000 cientistas voluntários.
(AFP, 06/10/2008)