Presidente do Equador exige revisão do contrato e adota tom agressivo: 'não brinquem com fogo'
O presidente do Equador, Rafael Correa, ameaçou neste sábado, 4, nacionalizar um campo da Petrobras se a empresa brasileira não acelerar a renegociação de seu contrato. "Cuidado! Se demorar demais, nacionalizo esse campo e eles (Petrobras) vão embora do país", pressionou Correa durante o seu programa no rádio. "Aqui, ou se cumprem as exigências do país ou se vão", avisou.
"Hoje, mais do que nunca temos a legitimidade democrática para exigir que essas empresas obedeçam às regras do país", disse. "Senhores das multinacionais petrolíferas, não brinquem com fogo, vocês sabem que eu não brinco", ressaltou.
O líder equatoriano já havia afirmado que se as conversas não avançassem, o campo passaria às mãos da estatal Petroequador. A licença de exploração do local foi concedida à Petrobras em 1995 e o campo encontra-se na região amazônica.
Desde o dia 23, as instalações da Odebrecht no Equador estão ocupadas pelo Exército e dois executivos brasileiros estão impedidos de sair do país. Na última sexta-feira, Correa manifestou o desejo de que a companhia brasileira Norberto Odebrecht "não regresse" ao país e reiterou que, por enquanto, as sanções contra a empresa estão mantidas. Na semana passada, a Odebrecht divulgou nota afirmando estar disposta a atendendo a todas as exigências de Correa.
(Estadão, 04/10/2008)