A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou hoje que as relações entre Estados Unidos e Índia vão "além" do acordo nuclear e que abrem um novo capítulo na cooperação entre os dois países.
Rice fez estas declarações em entrevista coletiva conjunta com o ministro das Relações Exteriores indiano, Pranab Mukherjee.
A secretária de Estado americana disse que o acordo de cooperação nuclear civil, aprovado esta semana no Senado americano, representa "uma nova plataforma de cooperação", e destacou que os laços bilaterais "vão muito além".
Segundo Rice, EUA e Índia mantêm o "desejo conjunto de ver um Afeganistão pacífico e próspero", assim como o de trabalhar para combater a mudança climática.
Mukherjee declarou que as conversas com Rice foram "construtivas e úteis" e destacou que as relações entre Nova Déli e Washington se tornaram uma associação "realmente estratégica".
Sobre a aguardada assinatura do acordo nuclear civil, que não acontecerá durante a visita de Rice à Índia, a secretária de Estado explicou que o atraso se deve a "questões administrativas, mas o presidente (dos EUA, George W.) Bush assinará o acordo muito em breve".
Rice reiterou que o acordo já está fechado e que os EUA "mantêm seu compromisso" com a assinatura do pacto.
Ela acrescentou que a nova fase das relações entre Índia e EUA continuará no futuro, "seja quem for" o sucessor de Bush à frente da Casa Branca.
O acordo nuclear, pactuado em julho de 2007, põe fim ao isolamento nuclear que os EUA impuseram à Índia na década de 1970, quando o país realizou seu primeiro teste nuclear, o que levou a nação a desenvolver duas décadas e meia depois a bomba atômica.
Após o acordo nuclear com os EUA, a Índia conseguiu o acesso ao mercado internacional de combustível e componentes, sem ratificar o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares nem o que proíbe testes de bombas atômicas.
O governo de Nova Délhi se comprometeu apenas a manter sua atual suspensão de testes nucleares, além de aceitar inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
(Folha Online, 04/10/2008)