Obras do segundo módulo de programa esbarram na falta de dinheiroTrês anos após lançar o segundo módulo do Projeto Pró-Guaíba, o governo do Estado deixou de lado a previsão de concluir a despoluição das águas até 2015. Em meio a uma crise financeira, o Piratini optou por executar as ações de maneira pontual, de acordo com a entrada de dinheiro em caixa. A estratégia acaba com a meta para o prazo dos trabalhos, que beneficiariam 30% do território gaúcho.
– É difícil de fazer uma previsão. Cada ação pode andar mais ou menos rápido, dependendo dos acordos e da viabilidade financeira – confirma a secretária executiva do Pró-Guaíba, Ana Elizabeth Carara.
Na prática, as ações do governo ainda não se reverteram até agora em novas estações de tratamento ou ligações de esgoto, mas Ana Elizabeth nega que o projeto esteja parado. Segundo ela, o Módulo 2 não foi financiado em um bloco único, como no caso do Módulo 1, por isso, ficou a sensação de que as ações acabaram paralisadas. No Módulo 1, o governo estadual e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) bancaram todos os trabalhos, executados entre 1995 e 2005.
– Desde então, fizemos várias ações de educação e gestão ambiental nos municípios. Os trabalhos continuam – insiste Ana Elizabeth.
Para iniciar a segunda etapa em um único módulo, seriam necessários US$ 570 milhões. Grande parte do montante seria aplicado em obras de saneamento básico. A plano do Estado para levantar esses recursos prevê a busca de ajuda com empresas estatais, Parcerias Público-Privadas (PPP) e 220 municípios beneficiados da região da Bacia Hidrográfica do Guaíba. Só que as prefeituras reclamam que não foram procurados pelo governo. Para elas, o Pró-Guaíba definhou.
– A maioria dos municípios está fazendo trabalhos em paralelo, porque o governo não nos chamou para sentar e discutir o Pró-Guaíba. Disse que não tinha recursos, e ficou por isso mesmo – reclama o consultor da Área de Meio Ambiente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Valtemir Bruno Goldmeier.
(Zero Hora, 04/10/2008)