O Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), do Museu Oceanográfico da Furg, recebeu, na manhã de ontem, 399 pingüins-de-Magalhães vindos de Salvador, para liberação no mar. Os animais, em sua grande maioria juvenis, foram conduzidos por um avião da FAB até Pelotas. Acomodados em 16 caixas, seguiram de caminhão para Rio Grande. Na chegada ao centro, às 10h, ganharam um banho de mangueira, foram hidratados e alimentados. Neste sábado, às 10h, junto com outros 15 pingüins adultos e juvenis que foram tratados no Cram, 362 das aves que chegaram ontem serão liberadas à beira-mar, no balneário Cassino, para retornarem ao seu ambiente.
A expectativa é que o grupo siga para suas colônias de reprodução localizadas na Patagônia e Sul do Chile. Outros 37 ficarão no Cram por mais uns dias, uma vez que chegaram um tanto debilitados.
Dos 399 pingüins vindos da Bahia, 330 foram reabilitados pelo Instituto Mamíferos Aquáticos (IMA), de Salvador. Os outros 69 foram recuperados no Instituto Orca, de Vitória, Espírito Santo. Conforme a bióloga Sheila Serra, do IMA, na costa da Bahia, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Pernambuco foram encontrados, a partir de 15 de julho, 1.650 exemplares, dos quais 852 mortos e 798 vivos. Destes, apenas 420 sobreviveram. Outros 90 permanecem em recuperação no instituto.
De acordo com Valéria Ruoppolo, do International Fund for Animal Welfare (Ifaw), as aves foram transportadas até Rio Grande para encurtar a distância a ser percorrida por estes animais até suas colônias e porque o Cram tem a infra-estrutura para receber, tratar e liberar pingüins, além de fazer monitoramento da praia.
(Correio do Povo, 04/10/2008)