Relatórios foram descritos durante Semana Internacional e Estadual da Água na Capital.
Técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam RS) apresentaram na manhã de ontem, na sede da instituição, em Porto Alegre, as ações desenvolvidas pelo órgão a partir da mortandade de peixes ocorrida em outubro de 2006 no Rio dos Sinos. A palestra fez parte da programação da 15.ª Semana Interamericana e 7.ª Semana Estadual da Água.
Os relatórios dos diversos setores da Fepam que investigaram o desastre ecológico concluíram que entre as possíveis causas do fenômeno estão a ocupação humana desordenada, não atendendo ao planejamento de uso do solo, o uso das áreas de recarga do rio pela agricultura, o desmatamento, principalmente das matas ciliares, a falta de recursos para implementação dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos cloacais na área da bacia e a falta de ações políticas efetivas para implementação de um programa de saneamento básico integrado para a bacia hidrográfica do Rio dos Sinos.
Coordenada pela diretora técnica Maria Elisa Santos Rosa, sete técnicos de diferentes setores da Fepam relataram o episódio e as providências da instituição para contornar o dano ambiental. Para o chefe da Divisão de Controle da Poluição Industrial (Dicopi), Renato Chagas, a maioria das indústrias implantadas na região dispõe de sistema de tratamento eficaz. No entanto, duas resoluções do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) prometem ser mais severas no controle ambiental. A 128/2006 fixa padrões de emissão de efluentes líquidos para lançamento em águas superficiais do Estado, para adequação de padrões mais restritivos, e a 129/2006 define critérios de emissão de toxicidade de efluentes líquidos lançados em águas superficiais no Estado. A geógrafa Carmem Franco apontou a necessidade de adoção de políticas públicas mais apropriadas para a gestão das bacias dos Rios dos Sinos e Gravataí.
O engenheiro químico Ênio Leite, do Serviço da Região do Guaíba, disse que o índice de oxigênio dissolvido na água vem reduzindo a cada ano. O meteorologista Flávio Wiegand afirmou que os aspectos climáticos, como seca e calor, contribuíram para o agravamento da situação das bacias.
(Por Jennifer Morsch, Jornal NH, 03/10/2008)