Movimentos sociais já se preocupam. Pois será mais um empreendimento que contribuirá para tornar a realidade da agricultura familiar no Estado ainda mais difícil: mais um grande projeto que se soma a outros tantos instalados na região, ameaçando a soberania de famílias de agricultures, não gerando renda e nem empregos.
Segundo o diretor-executivo da Suzano Papel e Celulose, um dos principais aspectos que leva a empresa a se instalar no Maranhão é motivado pelo grande volume de água necessário para atender às demandas de produção da fábrica da celulose, que é de grande porte. E o território do Estado oferece condições para isto.
Muita água brasileira, para muito papel estrangeiro. A Suzano é uma das 10 maiores produtoras de papel do mundo, sendo a segunda em produção de celulose a partir do eucalipto. Seu projeto no Maranhão prevê uma produção voltada 100% para exportação, será um investimento de 1,8 bilhão de dólares, e segundo seu diretor deve gerar cerca de 12 mil empregos diretos e indiretos.
De acordo com informações da Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, a fábrica de celulose será instalada no sul do Estado e deve entrar em operação em 2013, antecipando a sua operacionalização em dois anos, graças a intervenção do Governo do Estado junto à Vale, que possui florestas de eucalipto a serem aproveitadas pela Suzano. A mineradora também oferecerá logística para escoamento da produção por meio da Estrada de Ferro Carajás.
O acordo com a Vale prevê o fornecimento de madeira de "reflorestamento" e a venda de propriedades rurais à Suzano, entre estas áreas estão as de preservação e parte das “florestas” de eucalipto localizadas no sudoeste do Maranhão.
As florestas, adquiridas pela Vale, somam 84.500 hectares de terra, sendo 34.500 hectares plantados com eucaliptos.
A implantação de mais esta indústria de celulose tem como objetivo elevar a capacidade de produção de celulose e papel, das atuais 4,3 milhões de toneladas por ano até 7,2 milhões de toneladas.
Os investimentos da Suzano podem chegar a US$ 700 milhões entre 2008 e 2015 na formação florestal no Maranhão.
Outros grandes projetos como este, instalados anteriormente no Maranhão, não ajudaram no desenvolvimento do Estado e nem na melhoria de vida da população. Pelo contrário, geraram exclusão social, massacres, expulsão de camponeses de suas terras, financiamento do trabalho escravo e a quase extinção da Floresta Amazônica no Maranhão.
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MST, 03/10/2008)