O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, declarou ter confiança que sua colega argentina, Cristina Fernández Kirchner, "irá conseguir levantar o bloqueio da ponte" que conecta os países, que, há quase dois anos, ambientalistas argentinos obstruíram em protesto contra a instalação de uma fábrica de celulose na margem do rio que é a fronteira natural entre os dois países.
"Eu confio que a senhora presidente da Argentina vai conseguir levantar o bloqueio da ponte Gualeguaychú-Fray Bentos", disse o chefe de Estado ao jornal uruguaio Búsqueda, afirmando que as relações melhoraram entre Buenos Aires e Montevidéu, após terem se enfraquecido por causa da polêmica relacionada à fábrica de celulose da empresa finlandesa Botnia.
Situada na localidade uruguaia de Fray Bentos, 309 km a nordeste de Montevidéu, a fábrica de celulose, que para Buenos Aires é poluidora, disparou uma controvérsia diplomática que pôs os país quase a beira de uma ruptura de relações e que atualmente prossegue no Tribunal de Haia.
Em oposição à atividade da Botnia, ambientalistas argentinos realizaram obstruções periódicas das pontes binacionais. Uma delas, a General San Martin, que liga Gualeguaychú e Fray Bentos, foi obstruída de maneira permanente há quase dois anos. As declarações de Vázquez chegam após uma recente reunião nos EUA entre o ministro das Relações exteriores uruguaio, Gonzalo Fernández, e a presidente da argentina, Cristina Fernández Kirchner, na qual o ministro reiterou o pedido para que os bloqueios nas pontes sejam retirados.
"Recebi a comunicação do chanceler Gonzalo Fernández, que havia tido um diálogo com o chanceler, Joge Taiana e com a senhora presidente nesse sentido", disse Vázquez ao jornal. Sobre essa reunião nos EUA surgiu uma polêmica causada por uma declaração do ministro, que na ocasião assegurou que a presidente argentina havia se "comprometido" a fazer o possível para por fim as bloqueios, promessa que foi negada logo em seguida em um comunicado oficial do ministério das Relações Exteriores da Argentina. O veredicto da Haia é esperado para o final de 2009.
(Ansa, 02/10/2008)