A mudança climática ameaça matar até um terço das espécies do planeta até o final do século se uma ação urgente não for feita para restaurar os ecossistemas mais frágeis, proteger os animais ameaçados e administrar o crescimento econômico, disseram cientistas na quarta-feira, 1º, na abertura de uma cúpula sobre vida silvestre.
"Muitas das previsões são apocalípticas. O raio de esperança, no entanto, é que ainda não perdemos a oportunidade. Ainda teremos tempo, se agirmos agora", disse a cientista Jean Brennan, que está com o grupo Defensores da Vida Silvestre e faz parte do Painel Intergovernamental para a Mudança Climática (IPCC).
A cúpula de três dias, patrocinada pela Comissão de Conservação de Peixes e Animais Silvestres da Flórida, reuniu dezenas de especialistas e pesquisadores da mudança climática para trocar idéias sobre como salvar espécies num planeta em aquecimento. A Flórida, entre os Estados mais próximos do nível do mar nos EUA, é cercada de água por três lados e tem a única barreira corais vivos da América do Norte. Além disso, os pântanos do Estado, os Everglades, abrigam pelo menos 67 espécies ameaçadas.
A comissão estadual convocou a cúpula para aprender como melhor proteger a vida silvestre da Flórida e os recursos naturais do Estado. A elevação do nível do mar ameaça inundar a costa e as ilhas da barreira de coral, dizimando uma economia baseada no turismo. Os especialistas destacaram que muitas requerem temperaturas específicas de seus hábitats. Uma mudança de poucos graus pode extingui-las ou forçá-las a migrar.
(Associated Press, Estadão, 03/10/208)