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áreas protegidas da amazônia gestão de florestas públicas garimpo
2008-10-03

Já se sabia em dezembro de 2006, quando o governo do Pará assinou decreto criando um mosaico com cinco de Unidades de Conservação na Calha Norte do rio Amazonas, que ali estava estava se mexendo com coisa muito grande. Para início de conversa, havia a extensão do mosaico, cerca de13 milhões de hectares que somados às Terras Indígenas e áreas protegidas federais que já existiam na região, colocaram 22 milhões de hectares da Calha Norte – um mundo de floresta que se estende do Amapá até o Amazonas e encosta na fronteira do Brasil com as Guianas e o Suriname – sob proteção.

Mas só agora, a quatro meses do fim das expedições sócio-econômicas e biológicas que estão levantando o que existe dentro das três Florestas Estaduais, Paru, Trombetas e Faro, da Estação Ecológica do Grão-Pará e da Reserva Biológica do Maicuru, é que se está tendo a real dimensão da importância do mosaico para a preservação da biodiversidade e para as políticas de conservação na Amazônia. Já aconteceram quatro expedições de avaliação biológica. Ainda faltam três. Os dados obtidos até agora, no entanto, vão redesenhar os mapas da fauna e flora amazônicas.

As informações que vêm sendo colhidas pelos trinta biólogos que há nove meses estão envolvidos nos levantamentos de campo apontam para a possibilidade da descoberta de um novo primata e a necessidade de expandir as áreas de ocorrências de várias outras espécies. As oito das nove expedições que já investigaram o perfil sócio-econômico da região indicam que ela é esparsamente habitada, mas extremamente complexa. Definir o que é o uso tradicional de uma floresta em região onde é comum a existência de pequenas lavouras e a criação de algum gado não é simples.

A dinâmica das relações entre os grupos que usam a Calha Norte para seu sustento não é menos complicada. Garimpeiros reivindicam o título de população tradicional e quilombolas e índios se estranham em torno da extração de castanha, apesar de em pelo menos uma localidade, o contato entre os dois grupos estar gerando uma miscigenação racial.  A sua relação com o ambiente às vêzes tem consequências inimagináveis, como indígenas passando fome por escassez de caça. Sônia Kinker, Diretora de Áreas Protegidas da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) do Pará, lembra que o que não falta na Calha Norte é motivo para considerar o processo de criação e implementação  das unidades que compõem o mosaico um marco na história da conservação do Brasil.

“Nunca se tocou um projeto dessa envergadura no país e muito menos tão planejado”, diz. Desde o início dessa história, lá para meados de 2006, quando o decreto de criação do mosaico nem tinha sido escrito, ela já mobilizou muitas institutições e muita gente. Sob a coordenação da SEMA, trabalham juntas a Conservação Internacional, o Museu Paraense Emilio Goeldi, o Imazon, o Imaflora, o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor) e o GTZ, organização com sede na Alemanha. “É uma oportunidade única para aprender a fazer coisa tão ambiciosa e, ao mesmo tempo, desenvolver a capacidade de gestão integrada de áreas protegidas”, diz Kinker. 

Para Adalberto Veríssimo, pesquisador sênior do Imazon, o fundamental de toda essa história é muito simples: “na Calha Norte do Pará, a coisa mais importante é que lá, ao contrário do sempre acontece na Amazônia, o Estado chegou primeiro”. Um repórter de O Eco, na terceira semana de setembro, passou três dias em Belém conversando com técnicos e pesquisadores que vêm ajudando a desvendar os segrêdos dessa região tão pouco conhecida. As imagens que eles capturaram no campo renderam 3 slide-shows. E suas experiências, descobertas e interrogações serviram de base para duas reportagens. Uma conta o que os biólogos estão levantando em suas expedições. A outra, relata como os pesquisadores estão examinando a teia de interêsses sociais e ecconômicos na área do mosaico.

Veja também:
Pressão baixa, situação complexa
A densidade humana nos cerca de 13 milhões de hectares do mosaico na Calha Norte paraense é baixa. Miscigenação, gado e conflito podem, no futuro, ser parte da vida humana na região.

O elo perdido da Amazônia
Cientistas que avaliam a biodiversidade no mosaico da Calha Norte têm, às vezes, a impressão de que estão no Éden. Lá, bicho é manso, o homem quase ausente e o desconhecimento imenso.

Fotos da biodiversidade na Calha Norte
O Eco montou três slideshows com imagens capturadas pelos biólogos em quatro das sete expedições de avaliação da biodiversidade no mosaico de Unidades de Conservação da Calha Norte.

(Por Manoel Francisco Brito, OEco, 02/10/2008)


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