Com 13.126 habitantes distribuídos em uma área de 319 quilômetros quadrados, Arroio do Tigre retira seu sustento das culturas do setor primário, a exemplo dos municípios vizinhos da região Centro-Serra. O fumo se apresenta como o principal produto econômico das 2.029 propriedades rurais. No entanto, para que se desenvolva e sobreviva à crise, o setor fumageiro depende de incentivos e da intervenção da administração municipal. Esta necessidade, entre outras, é uma das principais preocupações da comunidade arroio-tigrense.
De acordo com o tesoureiro do Sindicato Rural, Hilton Dahlke, um dos primeiros passos da próxima administração deve ser a renovação do parque agrícola do município. Segundo ele, além de melhorar a organização e a distribuição dos serviços, é preciso incrementar o número de maquinários da patrulha para que a secretaria possa atender com qualidade os produtores da zona rural. Dahlke comenta que os funcionários públicos também devem ser mais responsáveis e zelar pelos bens do município.
Para o líder do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Elmiro Ritt, além de renovar a frota da patrulha agrícola, o próximo prefeito terá de buscar formas para desenvolver uma escola para a agricultura. Assim, conforme o presidente da Cooperativa Agrícola Mista Linha Cereja Ltda (Comacel), Mário Schafer, o êxodo de jovens do meio rural seria amenizado. O dirigente da cooperativa lança o desafio ao administrador, a partir de 2009, em estruturar programas de qualificação educacional e profissional da juventude, evitando-se assim a ociosidade.
Para tanto, faz-se necessário o incremento dos recursos para a educação, tanto agrícola quanto técnica profissionalizante. Além de ocupar o jovem, projetos estruturantes com tais fundamentos garantem a colocação dos mesmos no mercado de trabalho. Schafer reinvindica, ainda para a agricultura, mais profissionais para a unidade local da Emater/RS-Ascar e a formação de parcerias de empresários e da própria população para com a cooperativa.
Esgoto
A comunidade de Arroio do Tigre, a exemplo dos municípios da região Centro-Serra, também suplica por soluções, não temporárias, nas rodovias de acesso à cidade. A RSC-481, que liga Sobradinho a Arroio do Tigre, obriga os motoristas a dirigirem com cuidado redobrado para não se acidentarem. As operações emergenciais, como os tapa-buracos, não resistem ao constante fluxo de veículos, em especial, pesados. Afora as precárias condições das vias, os sindicalistas comentam sobre a ausência de canalização das redes de esgoto e também de uma estação de tratamento para os dejetos.
Um serviço tido como básico em qualquer administração parece se arrastar no município. De acordo com Elmiro Ritt, o desafio do prefeito a ser eleito neste domingo é implantar redes de esgoto que coletem os dejetos humanos, impedindo que se misturem com as águas aproveitáveis. O tesoureiro do Sindicato Rural, Hilton Dahlke, concorda com o colega sindicalista e afirma: “Esgoto também é questão de saúde”. Para os dirigentes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o saneamento básico não acompanhou o crescimento da cidade. Por isso, deve-se investir em projetos na área o quanto antes.
(Por Francine Schwengber, Gazeta do Sul, 02/10/2008)