Caingangues que ocupam o Morro do Osso negam devastação do local
Mais de quatro anos após ser ocupado por caingangues, o Morro do Osso, na zona sul da Capital, segue em disputa entre prefeitura e indígenas.
Enquanto o caso tramita na Justiça Federal, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) teme a deterioração ambiental, mas os indígenas garantem que não são ameaça ao parque natural.
Em abril de 2004, 13 famílias invadiram a área sob alegação de que teria existido no local um cemitério indígena. Desde então, a posse do terreno é disputada na Justiça.
Paralelamente, a Fundação Nacional do Índio (Funai) elaborou relatório indicando que a hipótese da antiga ocupação não era procedente. A análise, avaliada como superficial pelos indígenas, foi desconsiderada, e um novo estudo deve ser feito até o fim de 2009.
– A idéia é devolver a área para a unidade de conservação ambiental, para o fim que foi destinada, a preservação do ecossistema – argumenta o secretário em exercício da Smam, Luiz Alberto Carvalho Júnior.
O líder dos índios no Morro do Osso, cacique Valdomiro Vergueiro, demonstra irritação com um relatório feito em junho pela prefeitura, que vinculou a ocupação à deterioração ambiental – o estudo foi publicado em ZH no dia 1º daquele mês. Quatro meses depois, ele decide rebater as informações do estudo e nega qualquer devastação.
(Por Marcelo Gonzatto, Zero Hora, 02/10/2008)