A única forma de evitar “os piores efeitos das alterações climáticas” é reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em três por cento ao ano, já a partir de 2010, segundo um novo estudo do Instituto de Meteorologia britânico Met Office Hadley Centre, divulgado hoje.
Estas reduções são a única esperança possível de evitar aumentos de temperatura superiores a dois graus, uma fronteira reconhecida, para além da qual aumentam as ameaças para o planeta, diz o jornal “The Guardian”, citando o estudo.
Numa primeira fase, o esforço de redução terá de ser suportado pelos países desenvolvidos, acrescenta o documento, e implicará o reforço das energias renováveis, melhoria da rede de transportes públicos e mudança de alguns hábitos dos cidadãos, especialmente na área da alimentação e mobilidade.
O Hadley Centre analisou três possíveis acordos de redução de emissões, desde as “rápidas” às “lentas e tardias” e comparou-os à possibilidade da não-acção. Com reduções de três por cento por ano a partir de 2010, o mais provável seria a temperatura média aumentar dois graus acima dos níveis pré-Revolução Industrial em 2100. Isto corresponde a uma redução de 50 por cento até 2050.
No caso das reduções “lentas e tardias”, começando em 2030, poderia implicar aumentos de quatro graus em 2100. O jornal britânico nota que este estudo do Met Office poderá ser preocupante, dado que este instituto é conhecido por ter uma abordagem cautelosa.
O fracasso dos governos em conseguir reduções abrangentes e o mais rapidamente possível “poderá ter consequências preocupantes e significativas para o clima do planeta”, comenta Vicky Pope, conselheira do Met Office para as alterações climáticas junto do Governo. O problema é que o tempo começa a esgotar-se. Em Dezembro, a comunidade internacional reúne-se em Copenhaga para chegar a acordo sobre o sucessor do Protocolo de Quioto, que expira em 2012.
(Ecosfera, 01/10/2008)