O receio de empresários e políticos da região de Uruguaiana de que a termelétrica do município seja transferida para outro local, devido aos cortes no abastecimento de gás natural argentino para o empreendimento, começa a diminuir. Será realizado em outubro um encontro entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Cristina Kirchner, para discutir a questão de fornecimento do gás.
O ministério de Minas e Energia realizou na semana passada reunião com a direção do Grupo AES - empresa responsável pelo complexo - para analisar proposta a ser enviada para o governo argentino para a retomada do suprimento de gás e a normalização das atividades. Desde maio a operação da usina está paralisada por causa da suspensão no fornecimento de gás.
O deputado estadual Frederico Antunes (PP), que acompanha a situação da termelétrica, adianta que entre os pontos que devem ser abordados entre os presidentes estão a garantia de envio do gás natural e uma redução da carga tributária cobrada sobre o insumo. Em contrapartida, o Brasil deverá se comprometer a exportar energia para o país vizinho.
"Estamos a caminho de uma negociação diplomática para acabar com o impasse no fornecimento de gás", afirma o secretário-executivo de Energia Elétrica do ministério de Minas e Energia, Ronaldo Schuck. Antunes acrescenta que está sendo avaliada a possibilidade de implantação de um terminal de gás natural liquefeito (GNL) em Bahía Blanca para aumentar a oferta de gás na Argentina, permitindo o abastecimento da termelétrica gaúcha. "Esperamos uma solução o mais rápido possível", diz Antunes.
(Por Cristiano Guerra, Agência de Notícias AL-RS, 30/09/2008)