Raúl Mendoza, integrante do Conselho Regional Indígena de Cauca e governador do Assembléia Cidadã El Peñón de Sotará, na região sul-ocidental da Colômbia, foi assassinado apesar de ter advertido sobre as reiteradas ameaças contra sua vida. O governador indígena se encontrava à frente de um importante processo de recuperação territorial no município de Sotará, junto à comunidade Nasa.
A população levava adiante uma ocupação pacífica da Fazenda Los Naranjos, logo após sofrer o deslocamento pela avalanche de Tierradentro, em 1994, e não obter nenhuma ajuda das autoridades. Essa "Liberação da Mãe Terra" era liderada por Raúl Mendoza, que havia denunciado aos organismos de Controle do Estado e à direção de etnias, mediante ofício sem resposta, as reiteradas ameaças contra a comunidade e sua própria vida.
O governador indígena foi assassinado no domingo, dia 28 de setembro, sem nenhum tipo de proteção do Estado. Ele se soma a outros dois dirigentes assassinados nos últimos oito dias. Ever González, da organização campesina Comitê de Integração do Macizo Colombiano, CIMA, e César Marín da Associação Nacional de Usuários Campesinos, ANUC, foram as vítimas anteriores. As organizações sociais do departamento do Cauca, entre quem se encontram os trabalhadores da cana-de-açúcar, recentemente reprimidos, assinalam ao governo nacional de Álvaro Uribe, como responsável do genocídio e pela falta de garantias constitucionais.
(Púlsar, Adital, 30/09/2008)