A Índia e a França assinaram nesta terça-feira um acordo que abre caminho para a venda de reatores nucleares franceses para a produção de eletricidade no país asiático. O tratado foi assinado em Paris pelo primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy.
Em um comunicado, a Presidência francesa disse que o acordo "vai formar a base de uma maior cooperação bilateral nas áreas de energia e pesquisa". Um acordo semelhante entre a Índia e os Estados Unidos aguarda votação pelo Senado americano, em Washington.
Embargo
A Índia tem 22 reatores e está tentando expandir sua produção de energia nuclear para dar suporte ao seu desenvolvimento econômico. Atualmente, muito pouca da energia consumida na Índia é de origem nuclear. "As necessidades de eletricidade da Índia são grandes e precisamos ampliar nossa produção o mais rápido possível", disse o secretário de Relações Exteriores da Índia, Shiv Shankar Menon.
O acordo entre França e Índia marca o fim de um embargo adotado em 1974 quanto à venda de equipamento nuclear à Índia. Na época, o governo indiano usou seu programa nuclear civil para produzir e testar com sucesso uma bomba atômica.
A cooperação se tornou possível depois que os 45 países do Grupo de Fornecedores Nucleares (NSG, na sigla em inglês), que inclui o Brasil, decidiu suspender a restrição imposta aos indianos. Mas críticos do tratado dizem que ele cria um precedente perigoso, já que dá cartão verde para a Índia expandir seu programa nuclear sem exigir que o país assine o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, como outros países tiveram que fazer.
(BBC, Ultimo Segundo, 30/09/2008)