Única candidata para presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária, a senadora da bancada ruralista Kátia Abreu (DEM-TO) é suspeita de uso indevido do dinheiro público. Tribunal de Contas da União (TCU) investiga caso denunciado pelo deputado federal Adão Pretto (PT).

A senadora do DEM do Tocantins, Kátia Abreu, é candidata única à presidência da mesma entidade que teria doado verba pública para sua campanha em 2006. Depois de disputas internas, a parlamentar foi lançada em uma chapa de consenso como candidata à direção da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), entidade representativa do agronegócio.

A senadora é acusada de uso indevido do dinheiro público. De acordo com denúncias divulgadas em uma reportagem da Revista Veja, a CNA pagou R$ 650 mil à agência Talento, que prestava serviços de publicidade à campanha de Kátia Abreu. Segundo a empresa, a verba foi usada para a campanha de estímulo do voto consciente do produtor rural. No entanto, não há vestígio da campanha.

Baseado nas denúncias, o deputado federal Adão Pretto (PT) encaminhou pedido de investigação do caso ao Tribunal de Contas da União (TCU). O parlamentar afirma que o mau uso do dinheiro público vai além da CNA e do gabinete da senadora.

“Tem outras entidades, inclusive, aqui no Rio Grande do Sul, que a gente tem informação não oficial, de que tem gente recebendo esse dinheiro, inclusive como salário. E a senadora Kátia Abreu, tem a denúncia que ela usou dinheiro da CNA para fazer a sua campanha. Então, eu acho que hora da nossa justiça mostrar que tem que punir os corruptos”, diz.

Como entidade patronal, a CNA recebe 2,5% do que os empregadores rurais comercializam. A entidade também recebe verbas públicas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e ainda pode fazer convênios com os ministérios.

Atualmente, Kátia Abreu é uma das vice-presidentes da entidade. Mesmo com apenas uma candidata, as eleições da CNA estão marcadas para o dia 12 de Novembro. O mandato da atual diretoria, comandada pelo presidente Fábio de Salles Meirelles, segue até o dia 12 de Dezembro.

(Por Paula Cassandra, Agência Chasque, 29/09/2008)