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adaptação à mudança climática cidades sustentáveis
2008-09-30

As cidades são as grandes responsáveis pelo aquecimento global? Sim, mas não da maneira como se imaginava, segundo um estudo que acaba de ser divulgado. A pesquisa aponta que as cidades estão sendo acusadas injustamente por conta das emissões de gases causadores do efeito estufa.

Publicado na edição de outubro da revista Environment and Urbanization, o trabalho afirma que o peso das cidades no total das emissões é de cerca de 40%, muito menos do que os 75% a 80% que têm sido constantemente apontados.

Segundo o estudo, o potencial das cidades de ajudar nas políticas para enfrentar o aquecimento global tem sido prejudicado por conta desse erro de avaliação.

“Acusar unicamente as cidades pelas emissões de gases estufa ignora o papel importante delas como parte da solução para o problema. Cidades bem planejadas e bem administradas podem fornecer altos níveis de vida que não impliquem emissões elevadas”, disse o autor da pesquisa, David Satterthwaite, do Instituto Internacional para Ambiente e Desenvolvimento (IIED, na sigla em inglês).

Agências das Nações Unidas, a iniciativa contra mudanças climáticas lançada pelo governo de Bill Clinton, nos Estados Unidos, e o atual prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, são alguns dos exemplos mencionados pela pesquisa que apontaram ser as cidades responsáveis por mais de 75% das emissões.

Satterthwaite usou dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) para demonstrar que dois quintos dos gases têm origem em atividades humanas nas cidades. A agricultura e o desflorestamento seriam responsáveis por cerca de 30%, enquanto os demais 30% derivariam de indústrias pesadas, da queima do carvão e de estações energéticas, entre outras atividades localizadas em áreas rurais ou em centros urbanos menores.

Mas o novo estudo também destaca que simplesmente apontar locais como fontes de emissão pode levar a equívocos. Por exemplo, emissões de estações de energia deveriam ser alocadas para aqueles que consomem a eletricidade, segundo Satterthwaite, e não para os locais onde estão as instalações. Emissões de indústrias também deveriam ser incluídas para os consumidores dos bens fabricados.

“A demanda de consumo dirige a produção de bens e serviços e, por conseqüência, a emissão de gases estufa. Alocar emissões para consumidores, no lugar dos produtores, indicaria que o problema não está nas cidades, mas em uma minoria da população mundial com elevados níveis de consumo. E uma grande parte desses consumidores não vive em cidades, mas ao redor delas”, disse Satterthwaite.

Ao mesmo tempo, alocar as emissões para os consumidores aumentaria as parcelas de emissões globais derivadas da Europa e da América do Norte, evidenciando as pequenas taxas na África, Ásia e América Latina.

Segundo o pesquisador inglês, em geral as pessoas mais ricas, que vivem fora das cidades, são responsáveis por mais emissões de gases causadores do efeito estufa. Além de morar em casas maiores, que gastam mais para serem aquecidas ou resfriadas, esses moradores de condomínios e cidades -dormitório têm mais automóveis e rodam mais por conta do deslocamento para as cidades.

“As formas como as cidades são projetadas e administradas fazem grande diferença. A maioria das cidades nos Estados Unidos usa de três a cinco vezes mais gasolina por habitante do que as européias, mas não têm padrões de vida de três a cinco vezes superiores”, disse Satterthwaite.

O pesquisador destaca que as cidades oferecem muitas possibilidades de reduzir a emissão per capita de gases estufa, como a promoção do uso de bicicletas, de caminhar ou do transporte público, além da construção de edifícios que precisem de muito menos energia para aquecimento ou resfriamento.

“Atingir as reduções necessárias nas emissões mundiais depende de realizar o potencial das cidades em combinar alta qualidade de vida com baixas emissões de gases estufa”, destacou.

O artigo "Cities' contribution to global warming: notes on the allocation of greenhouse gas emissions", de David Satterthwaite, pode ser lido por assinantes da Environment and Urbanization.  

(Agência Fapesp, 30/09/2008)


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