A União Européia (UE) deve continuar seus esforços para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, mas, ao mesmo tempo, tem que se preparar para as conseqüências inevitáveis do aquecimento global. Essa é a principal conclusão de um relatório elaborado pela Agência Européia do Ambiente, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Centro Comum de Pesquisa (JRC, em inglês) da UE, divulgado pela agência "Belga".
O estudo lembra que, devido ao aumento das emissões poluentes, a temperatura média da Terra aumentou em 0,8°C em comparação a antes da Revolução Industrial, uma alta sentida especialmente na Europa. Esse aumento da temperatura já provocou o derretimento de geleiras, a redução em cerca de 20% do volume de chuva em algumas regiões mediterrâneas nos últimos 100 anos, migrações animais rumo ao norte, inundações e erosão do solo, entre outras mudanças.
O relatório adverte que, se esses efeitos se agravarem, trarão sérias conseqüências tanto para a saúde humana quanto em diferentes setores econômicos, como o energético, de transportes, agricultura e turismo. Segundo o documento, os países da UE deveriam começar a se preparar para enfrentar esse novo cenário, pois, até o momento, os esforços se concentraram na gestão do risco de inundações.
As regiões européias mais afetadas pelo aquecimento serão, segundo este estudo, as regiões montanhosas, as áreas litorâneas, a bacia mediterrânea e o Ártico, onde a superfície da calota polar foi reduzida à metade entre 1950 e 2007. Entre as principais conseqüências para a saúde humana, o relatório afirma que o aquecimento reduzirá a qualidade do ar e favorecerá a chegada à Europa de insetos transmissores de doenças atualmente limitadas aos trópicos.
(Efe, Ultimo Segundo, 28/09/2008)