O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou no domingo que seu país vai desenvolver um reator nuclear para fins pacíficos. "Na Venezuela, nós estamos interessados no desenvolvimento da energia nuclear, é claro que para fins pacíficos, para propósitos médicos, para fins de geração de eletricidade", afirmou o líder venezuelano. "O Brasil tem vários reatores nucleares, assim como a Argentina. Nós teremos os nossos", acrescentou.
Ele também afirmou que o primeiro-ministro russo Vladimir Putin ofereceu ajuda para construir um reator, acrescentando que já existe uma comissão trabalhando no assunto. Chávez não ofereceu detalhes ou disse quando o reator poderia estar pronto. Rússia e Venezuela assinaram 12 contratos, no valor total de US$ 4,4 bilhões nos últimos dois anos, de acordo com fontes russas.
Na sexta-feira, a estatal russa Gazprom e da companhia venezuelana PDVSA (Petróleos de Venezuela) assinaram um acordo para "determinar possíveis direções para a cooperação" entre ambos os países. Além disso, cinco gigantes russos da produção de hidrocarbonetos anunciaram que vão investir milhões de dólares na Venezuela, dentro do consórcio que será formado até 2009, segundo o ministro russo da Energia, Serguei Chmatko.
A declaração sobre a energia nuclear foi feita justamente em meio à pior crise diplomática entre Venezuela e Estados Unidos, derivada da expulsão dos embaixadores em cada país e à reiteração de Caracas de que Washington estaria por trás de supostos planos de matar Chávez e armar um golpe de Estado no país e na Bolívia.
(Folha Online, 27/09/2008)