Christopher Hill, principal negociador americano na questão nuclear, irá nesta semana à Seul, Coréia do Sul para discutir a situação da Coréia do Norte nas negociações de desnuclearização.
Segundo fontes do Ministério de Relações Exteriores, citadas pela agência de notícias local Yonhap, Hill, secretário de Estado adjunto para temas da Ásia e Pacífico, se reunirá nesta terça-feira em Seul com o responsável da Coréia do Sul para a questão nuclear, Kim Sook.
Após sua passagem por Seul, Hill deve viajar em seguida para Pyongyang, Coréia do Norte, nesta quarta-feira (1º) ou quinta-feira (2) para tentar persuadir o regime comunista a aceitar a verificação de sua declaração nuclear, segundo a Yonhap.
Coréia do Norte está incrementando a pressão para uma possível reativação de seu programa nuclear. Na quarta-feira passada (24), o regime norte-coreano ainda disse aos inspetores da AIEA que eles não terão mais acesso a Yongbyon, cujo reator seria totalmente desmantelado, segundo um acordo multilateral com Pyongyang.
Em Yongbyon pode ser processado urânio para produzir plutônio, material usado na fabricação de bombas atômicas.
Segundo um alto-funcionário americano, citado pela agência Reuters, Hill consultou outras nações envolvidas nas negociações nucleares com a Coréia do Norte e elas decidiram que seria uma boa idéia mandá-lo a Pyongyang.
O Departamento de Estado americano se recusou a confirmar a viagem de Hill à Coréia do Norte, mas confirmou que ele viajará a Seul nesta segunda-feira (29).
Em janeiro de 2003, a Coréia do Norte abandonou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) após expulsar os inspetores da AIEA que supervisionavam as instalações atômicas. Depois, o governo de Pyongyang impulsionou o programa nuclear militar, que chegou ao ponto crítico em outubro de 2006, quando realizou uma detonação nuclear subterrânea.
Dentro das negociações de seis lados, que envolvem também EUA, Rússia, China, Coréia do Sul e Japão, o regime comunista concordou em desmantelar seu programa nuclear em troca de garantias políticas e ajudas econômicas. Com a recusa de Washington de retirar a Coréia do Norte da lista de países que apóiam o terrorismo, Pyongyang anunciou recentemente a decisão de relançar o programa nuclear.
(Folha de S. Paulo, 28/09/2008)