Mais da metade dos anfíbios da Europa pode estar extinta até 2050, alertou uma equipe de pesquisadores na Grã-Bretanha.
Mudanças climáticas, destruição do habitat e doenças são os principais fatores que ameaçam a sobrevivência das espécies no longo-prazo, acrescentaram eles.
Cientistas da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL, em inglês) disseram que os animais na Itália e na Península Ibérica são os mais expostos ao risco.
Uma recente avaliação global constatou que um terço de todos os anfíbios estão ameaçados de desaparecer da superfície do planeta.
O naturalista britânico David Attenborough destacou o papel dos anfíbios no meio ambiente, dizendo que os animais "desempenham um papel-chave" no funcionamento de vários ecossistemas.
Projeções sombrias - Ao anunciar os resultados da pesquisa, o pesquisador da ZSL Trent Garner disse que o clima provavelmente terá um impacto acentuado nas condições de que os animais necessitam para sobreviver.
Segundo Garner, as projeções já feitas "mostram que as mudanças climáticas alteram os habitats dos anfíbios, então nós esperamos que um grande número de espécies enfrente a perda do habitat, chegando à extinção".
Garner acrescentou que espécies na Itália, Península Ibérica e na região do Mediterrâneo vão enfrentar o pior das mudanças de clima, mas anfíbios em todas as partes da Europa serão afetados.
"Na Grã-Bretanha, nós já estamos vendo sapos comuns perdendo as condições de vida e tendo uma sobrevivência menor."
"Na medida em que o clima continua a ter impacto nos habitats, a situação vai piorar muito para estas espécies nativas."
Assim como a ameaça do clima, os pesquisadores advertiram que duas doenças infecciosas - um fungo chytrid e o ranavirus - também são uma grave ameaça para a sobrevivência dos animais no longo-prazo.
Helen Meredith, coordenador para anfíbios do programa de Espécies de Evolução Distinta e Globalmente Ameaçados (Edge, na sigla em inglês), adverte: "Não há tempo a perder se nós vamos impedir a perda de mais espécies."
"Nós precisamos reduzir as emissões de carbono, mas também lidar com outros fatores prementes inclusive a destruição do habitat e propagação de doenças."
(Estadão, Ambiente Brasil, 27/09/2008)