Créditos comercializados foram obtidos em dois aterros sanitários.Cada um deles acabou vendido a um preço final de 19,20 euros.
A Prefeitura de São Paulo arrecadou cerca de R$ 37 milhões em leilão de crédito de carbono realizado na manhã desta quinta-feira (25). Foram comercializados 713 mil créditos de carbono, chamados também de Reduções Certificadas de Emissões (RCEs), a um preço final de 19,20 euros cada. O lance vencedor foi da Mercuria Energy Trading, de Genebra, na Suíça.
Os créditos de carbono foram instituídos pelo Protocolo de Kyoto, documento assinado pelos países da Organização das Nações Unidas como mecanismo para controlar a interferência humana no clima mundial. O acordo permitiu que as nações que não estivessem dispostas a cortar suas emissões de gases causadores do efeito estufa pagassem por isso, "comprando" as reduções de emissões de outros países.
O Protocolo criou um valor monetário para os gases poluentes: uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente corresponde a um crédito de carbono, que pode ser negociado no mercado internacional, como se fossem ações.
Os países e indústrias que não conseguem diminuir a quantidade de poluição que despejam no ar precisam comprar créditos de carbono. Já as empresas e países que poluem menos do que as cotas fixadas pelo documento poderão ganhar dinheiro vendendo o excedente no mercado internacional.
Aterros sanitários Os créditos comercializados no leilão desta quinta-feira (25) foram obtidos nos aterros Bandeirantes, em Perus, e São João, em São Mateus. Para reduzir a emissão, os aterros contam com sistemas de captação dos gases produzidos pela decomposição do lixo urbano neles depositado. O sistema reduziu em 20% a emissão de poluentes na cidade de São Paulo, segundo a prefeitura.
Os R$ 34 milhões arrecadados no leilão foram depositados no Fundo Municipal de Meio Ambiente e devem ser investidos nas regiões de Perus, de Pirituba e de São Mateus. O dinheiro será empregado, segundo a prefeitura, em projetos de saneamento, combate a enchentes, urbanização de favelas, ampliação de áreas verdes e melhorias no Parque Anhangüera.
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G1, 25/09/2008)