Estudo aponta que brasileiro poderia pagar pela energia elétrica apenas um terço do que paga hoje. Economista Gustavo Santos defende reestatização de todo setor elétrico do país.
Estudo revela que os brasileiros poderiam pagar um terço do que é cobrado hoje pela energia elétrica. O levantamento foi realizado pelo economista Gustavo Santos em 2007, quando fazia pós-graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O economista conta que o estudo foi feito inicialmente para o Sudeste do Brasil, onde é registrada a tarifa mais cara do mundo. No entanto, a tarifa é injusta em todas as regiões do país, já que grande parte da energia é produzida em usinas hidrelétricas, que têm um custo muito baixo. Dados remetem que um Kwh de energia custa R$ 0,10 para ser produzido. No entanto, a população paga quase R$ 0,50.
“Nosso custo de produção de energia é um dos mais baixos do mundo. A produção de energia hidroelétrica tem um custo muito baixo, ainda mais nas usinas brasileiras que são muito grandes e já são amortizados há muitos anos o investimento”, diz.
Santos critica a privatização do setor, afirmando que as empresas privadas tiram bilhões de reais por ano sem acrescentar nada. O economista também responsabiliza as agências reguladoras. Segundo ele, elas servem apenas para regular a especulação dos mercados de energia, que antes da privatização não existiam.
Para Santos, a solução é a reestatização de todo o setor elétrico brasileiro. Ele afirma que a privatização das grandes hidrelétricas foi inusitada, já que nenhum outro país fez o mesmo. O que espanta o economista é que o atual governo continua a privatizar as usinas hidrelétricas.
“No mundo inteiro, as grandes hidrelétricas são estatais, é um rio, é público, e ele serve a diversos fins, não pode ser privatizado. A água tem funções sociais e ambientais que são fundamentais, então, nenhum país do mundo, com exceção do Brasil, privatizou”, diz.
(Por Paula Cassandra, Agência Chasque, 25/09/2008)