Segundo CEEE a estrutura de paredão complica a reforma emergencial
Apesar de a barragem da Usina Hidrelétrica Ernestina, em Tio Hugo, no norte do Estado, correr risco de rompimento, a reforma emergencial só está prevista para começar no fim de outubro e terminar em fevereiro.
Deve ficar pronto hoje o projeto para o conserto dos problemas estruturais da barragem que represa as águas do Rio Jacuí e desvia parte da vazão para a produção de energia. Medidas para evacuação de moradores dos arredores da barragem, anunciadas pela Defesa Civil, causaram pânico entre as famílias.
Construída há 54 anos, a usina não chegou a apresentar problemas como vazamentos ou rachaduras, mas uma consultoria técnica contratada pela Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT) mostrou que a barragem construída para suportar 237,5 km3 de água não apresenta mais segurança. Se o nível da água subir até os oito vertedouros, a estrutura pode romper, inundando comunidades de cinco municípios.
Apesar de ter sido detectado em julho, o problema só começará a ser resolvido no final de outubro. A explicação dos técnicos da CEEE-GT para a demora é a complexidade técnica da questão.
O paredão foi construído em concreto protendido, que utiliza cabos de aço tracionados dentro do concreto para agüentar melhor a pressão da água. Só que, com essa técnica, a barragem não suporta pressão pelo lado contrário do paredão, o que impede que a CEEE simplesmente reforce a estrutura colocando pedras ou mais concreto do outro lado da barragem.
– Qualquer precipitação neste caso poderia piorar a situação – salienta Jeferson Pozzebon Borges, engenheiro-chefe da divisão de produção da área de geração da CEEE-GT.
(Por Marielise Ferreira, Zero Hora, 26/09/2008)