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política do agronegócio
2008-09-26

A aquisição de uma propriedade no Rio Grande do Sul é o novo alvo do agroempresário Zurita

De repente, um zum-zum toma conta do estande montado pela Agrozurita na Expointer, realizada no início deste mês, em Esteio. Empregados correm para varrer o corredor, deixá-lo impecável para a chegada do visitante mais esperado. É Ivan Zurita, dono do negócio, que se aproxima. Presidente da Nestlé no Brasil, o empresário toca paralelamente a sua fazenda, no município de Araras (São Paulo), e deve passar a ser presença mais freqüente no Rio Grande do Sul.

Não apenas porque a Nestlé inaugura hoje uma indústria de leite em Palmeira das Missões e pretende ampliar suas atividades gaúchas, mas porque a compra de uma propriedade no Estado está nos planos da Agrozurita.

Na Expointer, ciceroneado pelo diretor de comercialização da Rede Globo, o gaúcho e também pecuarista Willy Haas, Zurita enumera as qualidades de seus animais, entre eles a vaca Lady Siska, cuja metade da propriedade o cantor Roberto Carlos e seu empresário Dodi Sirena compraram por R$ 1,6 milhão em um leilão da Agrozurita. As amizades no meio artístico também já permitiram parcerias com Ana Maria Braga, Tom Cavalcante e Hebe Camargo, em remates que são verdadeiros shows de produção (o último, há duas semanas, faturou R$ 7,5 milhões com a venda de 50 lotes). O faturamento anual da empresa rural do presidente da Nestlé é de cerca de R$ 60 milhões, sendo R$ 30 milhões provenientes da pecuária, e o restante, de outros negócios, como plantação de cítricos.

É com naturalidade que Zurita parece lidar com a badalação decorrente do próprio cargo. Vestindo uma calça jeans, camisa e jaqueta de couro, com os cabelos grisalhos um tanto desgrenhados, o empresário não chama a atenção pelo visual. Sabe-se que é alguém importante pela movimentação desmedida de garçons, assessores e curiosos que o cercam. Em Esteio, o executivo finge nem perceber e trata a todos com cordialidade e simplicidade. Encanta-se quando o artista Manuel Touguinha se aproxima para mostrar um livro sobre o Museu do Pão, restauração patrocinada pela Nestlé no pequeno município de Ilópolis – sucesso internacional em exposições de arquitetura. Só não se mostra mais relaxado porque o telefone não pára de tocar. Ainda assim, não segura um sorriso dirigido a um garoto que, ao observar Lady Siska, comenta com a mãe.

– Esta vaca parece um dogue alemão!

A principal razão da visita de Zurita ao Rio Grande do Sul foi o plano de expandir o programa de carne de qualidade com a marca AgroZ para o Estado. Zurita costuma dizer que, se não for para agregar valor a um produto, nem começa o negócio. Atualmente, cerca de mil animais são abatidos por mês pelo programa. A carne já é vendida em restaurantes classe A, e a intenção é levá-la aos supermercados. Não é à toa que ao ver em Esteio o diretor da rede Zaffari, Cláudio Zaffari, Zurita ordena a um garçom que ofereça cubos de filé da AgroZ no estande da empresa:

– Leva a carne para o Cláudio ver o produto que vamos vender – brinca.

A ligação de Zurita com o campo não é de hoje e nem vem da Nestlé, empresa na qual ingressou há 33 anos como estagiário e uma das maiores compradoras de produtos agropecuários do país. Quando tinha 13 anos, o empresário já administrava o tambo do pai. Foi natural que, nos 17 anos que trabalhou para a multinacional no Exterior, Zurita aplicasse toda a renda que sobrava em atividades rurais. Hoje, a Agrozurita possui cerca de 3 mil hectares. A área de pecuária tem 500 cabeças nelore e 800 simental sul-africano, além de 350 animais em parceria com criadores de Estados Unidos e Canadá.

Mas, além de um negócio, a propriedade também é um hobby, refúgio no qual ele descansa com a família. Nos finais de semana, o empresário gosta mesmo é de comer um frango caipira, com mandioca, ovo frito e hortaliças produzidas pela mulher, a biomédica Berenice, que também se dedica à criação de pavões e galinhas d’angola. Como aperitivo, vai bem a Cachaça do Barão, da qual o alambique da Agrozurita produz 250 mil litros por ano. E, no desjejum, o café e o leite da propriedade. É nessas horas que Zurita deixa de ser um dos maiores executivos do Brasil e vira apenas um caipira. Com muito orgulho.

(Por Sebastião Ribeiro, Zero Hora, 26/09/2008)


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