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etanol
2008-09-25

A demanda brasileira por etanol deve subir 150% nos próximos dez anos, saltando dos 25,6 bilhões de litros estimados para este ano para 63,9 bilhões de litros em 2017, de acordo com dados divulgados hoje pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Para fazer frente a esse crescimento são esperados investimentos entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões, para construção de 246 novas usinas produtoras no período.
Segundo o estudo apresentado hoje, a demanda será concentrada no abastecimento de veículos, que deve demandar 53,2 bilhões de litros de álcool (anidro e hidratado) em 2017, contra 20,3 bilhões de litros projetados para este ano. Outros 8,3 bilhões de litros serão exportados em 2017, contra vendas externas de 4,2 bilhões de litros em 2008, enquanto 2,4 bilhões de litros serão destinados a outros usos - principalmente industrial -, contra 1,1 bilhão de litros este ano.

O presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, ressalta que a demanda por álcool combustível crescerá ainda mais rápido que a média prevista para o mercado. A alta esperada é de 165%, puxada pelo sucesso dos automóveis flex fuel no país.

Atualmente, os veículos de passeio flex fuel novos representam 93,5% do total de carros de passeio zero quilômetro que são vendidos no país. A EPE acredita que esse patamar será mantido até 2017.

"Hoje, 75,5% dos consumidores que têm carro flex fuel abastecem com álcool e nós consideramos que esse nível também vai ser mantido", destaca Tolmasquim.

A expectativa da EPE é de que o parque de veículos leves de quatro rodas não movidos a diesel crescerá das atuais 23,23 milhões de unidades para 37,12 milhões de unidades em 2017. Ao mesmo tempo, a fatia desse mercado dominada pelos flex fuel passará de 29,6% para 73,6% do total.

Tolmasquim explica que a trajetória esperada para os preços dos combustíveis também aponta que o álcool continuará mais vantajoso que a gasolina para o consumidor final. No nível de preços atual, o litro de álcool é vendido por cerca de 59% do preço do litro de gasolina, sendo que o valor deve estar abaixo de 70% do valor da gasolina para ser mas vantajoso.

"O etanol é mais vantajoso com o barril do petróleo a US$ 75 e nós não achamos que o petróleo vai ficar abaixo desse valor. Podemos dizer com certeza que o álcool continuará mais competitivo", afirma, lembrando que estudo elaborado pela EPE prevê que o preço do barril de petróleo vá oscilar em torno de US$ 75 em 2015.

(Por Rafael Rosas, Valor Online, 24/09/2008)


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