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defesa civil barragem
2008-09-25

Problemas na estrutura de usina fizeram CEEE e Defesa Civil alertarem localidade sobre risco de inundação

Debruçadas sobre as margens do Rio Jacuí, 50 famílias gaúchas estão em alerta nos últimos dias. Depois de uma reunião com a Defesa Civil e a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) para falar da barragem Ernestina, eles agora olham o rio com desconfiança. O desgaste da estrutura da usina, que já não oferece a mesma segurança de antes, deixou assustados todos que moram logo abaixo dela.

Areunião foi no sábado e, desde então, é só do que se fala na localidade de Divino Jacuí, no interior de Tio Hugo, no norte do Estado. Sebastiana Isabel Albernaz, 66 anos, criou-se na beira do Jacuí. Agora, a longa amizade está ameaçada. Na reunião, a primeira da qual Sebastiana participou para falar do problema, CEEE e Defesa Civil alertaram os moradores de que, no caso de muita chuva, a barragem pode não agüentar. Ela fez as malas e deixou tudo pronto para o caso de emergência.

– A gente foi comunicada que teria 30 minutos para sair de casa em caso de rompimento – conta Sebastiana.

Segundo a assessoria da CEEE, ainda não há motivo para preocupação, já que o nível baixo do reservatório, no momento, não exige evacuação. A empresa também informou que, em outubro, devem se iniciar obras de recuperação estrutural da barragem.

Para o agricultor Volmir Farias, 48 anos, a estrutura da barragem teria de ser consertada imediatamente.

– A gente tem de ficar acordando cada vez que dá uma chuva para ver se não vai dar problema – reclama.

Pequenas propriedades e vilas localizadas a até 80 quilômetros abaixo da barragem seriam inundadas pelo rio com o rompimento da estrutura. O major Aurivan Chiocheta, que coordena a Defesa Civil no norte gaúcho, disse que o risco existe, mas é preciso que chova muito para que o rompimento se concretize:

– Nós temos um plano de evacuação. Se houver um rompimento, todas as famílias situadas em áreas de risco serão retiradas com segurança.

A reunião foi realizada como ação preventiva. Um estudo de análise estrutural realizado neste ano concluiu que a barragem já não oferece segurança durante o período de vertimento.

Nesse caso, se chove muito e o reservatório enche, a pressão exercida pela água poderia provocar o rompimento da parede de concreto. Enquanto a chuva poupa a velha barragem, Sebastiana olha desconfiada para a beira do rio. De malas prontas, ela ainda espera que a convivência com o Jacuí perdure.

(Por Leandro Belles, Zero Hora, 25/09/2008)


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