Transpetro destaca Estado como fornecedor do setor navalA indústria catarinense é forte candidata a ampliar sua participação na cadeia de fornecedores da indústria naval, que, impulsionada pela exploração do petróleo da camada pré-sal ,planeja a construção de quase 200 navios, conforme indicou o gerente técnico da Transpetro, empresa de logística da Petrobras, Nilton Gonçalves, em visita a Florianópolis, ontem.
A amplitude de necessidades do setor e a exigência de participação mínima de 65% de produção nacional credenciam as fábricas do Estado para atuar na construção dos navios e no suprimento de componentes. Gonçalves mostrou, no encontro com os dirigentes da indústria catarinense, as demandas já definidas pela Transpetro para o setor.
No momento, a estatal está em fase de contratação de fabricantes para construção de 23 embarcações, por meio da segunda etapa do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). Em SC, o Estaleiro Itajaí fabricará um navio do tipo gaseiro e pode concorrer na licitação para outros quatro, conforme indicou o diretor da empresa, Luis Syder.
Na primeira fase do Promef, em que a estatal licitou 26 embarcações, o estaleiro já havia sido contratado para construção de três embarcações do mesmo tipo, em um negócio de US$ 200 milhões. Os navios começarão a ser montados assim que sair o financiamento do BNDES.
O mercado naval também deve contar com a demanda no setor de petróleo por parte da Petrobras. Em seu programa de expansão para atender as necessidades de exploração do pré-sal, a estatal deve requisitar a construção de 146 navios.
Contratações vão atender as exigênciasGonçalves ressaltou que a Transpetro priorizará não a construção dos navios, mas o fortalecimento dos fornecedores da indústria naval.
As contratações da primeira etapa do Promef exigem participação mínima de 65% de empresas brasileiras e as da segunda, 70%. Mas a participação de cada estado, no entanto, está ainda indefinida.
No Estaleiro Itajaí, Syder diz não saber em que proporção os quatro navios que serão construídos contarão com participação catarinense, apesar de a empresa priorizar a produção local.
- Nossa indústria é diversificada e pode atender as demandas dos estaleiros - afirmou o diretor de relações industriais, Henry Quaresma.
(Por JOÃO WERNER GRANDO,
Diário Catarinense, 24/09/2008)